terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Catálogo Raisonné de Tarsila do Amaral "On Line"
O catálogo raisonné de Tarsila do Amaral já está "on line" no site da Base7 e o acesso é www.base7.com.br/tarsila/ . Com um arranjo cronológico dentro de cada tipo de atividade da pintora, as obras estão divididas em Pinturas, Aquarelas e Guaches, Desenhos, Ilustrações e estudos de ilustrações, Gravuras e Esculturas. Há também um arquivo em PDF contendo as obras "sem indícios suficientes para reconhecimento". Com certeza deve haver muita gente descontente por não terem trabalhos incluídos nesta fase. Mas a pesquisa, pelo que sei, continuará e quem sabe novos trabalhos serão acrescentados num possível futuro suplemento. De qualquer forma é um bom começo, pois uma artista da importância e da envergadura de Tarsila do Amaral merecia um trabalho sério de catalogação e ele foi feito. Na imagem acima, a gravura em ponta seca Crianças no Vilarejo de 1970, cuja série está reproduzida no catálogo. Percorram o catálogo e boa diversão a todos.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Exposição Retrospectiva de Burle-Marx
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Exposição Bandeira premiada
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Catálogo Raisonné de Tarsila do Amaral
sábado, 6 de dezembro de 2008
Leilão da Bolsa de Arte em São Paulo
Para os admiradores do "Grupo Santa Helena", o leilão apresenta boas obras de Zanini e Bonadei, além de duas têmperas de Volpi. Há ainda obras de Oiticica, Lygia Clark, Barsotti e geométricos de autores mais recentes como Judith Lauand e Eduardo Sued, entre muitos outros.
Para os amantes da pintura acadêmica, incluindo-se aqui até os de tendência impressionista, iremos encontrar no catálogo obras de Firmino Monteiro, Catagneto, Rodolfo Amoêdo e um Garcia Bento com trabalho de espátula magistral. Abaixo, um dos destaques do leilão, o Di Cavalcanti "Moça na Janela", de 1957, com estimativa de R$ 650/750.000, cujo futuro comprador não estará jogando dinheiro fora.
Vale a pena conferir e participar. A exposição em São Paulo vai até segunda-feira, dia 8 de Dezembro, na Rua Osacar Freire, 379. Bom leilão!!
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Raimundo Cela - Outro grande artista cearense
A obra acima, de autoria de Raimundo Cela, foi recentemente redescoberta e é uma das poucas naturezas-mortas realizadas pelo pintor. A outra que se tem notícia, está no acervo do MAUC em Fortaleza, que aliás possui uma excelente coleção, com inúmeros óleos e principalmente desenhos de Cela. O artista também foi um exímio gravador, tendo inclusive sido professor da cadeira de gravura na mesma ENBA a partir de 1930. Raimundo Cela faleceu em Niterói - RJ, em 1954, deixando uma obra caracterizada pelo retrato do povo e da paisagem cearense com seus barcos, pescadores, marinhas, jangadeiros e suas rendeiras de mãos fortes mas delicadas onde a luz amena e as cores relativamente pálidas de sua execução conferem todo um tom regional e nostálgico, mas de um realismo cativante, a cada peça realizada. Em tempos recentes, a Pinakotheque Cultural editou um catálogo, relativo à exposição por eles relizada sobre Raimundo Cela, com reproduções de obras e textos críticos e biográficos. Existem referências sobre o artista no Dicionário das Artes Plásticas no Brasil de Roberto Pontual e no Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos do MEC. É um artista cearense que vale a pena ser estudado e admirado.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Exposição Antonio Bandeira na UNIFOR
Ao percorrermos a exposição, juntamente com estudantes e outros visitantes de todos os níveis da cidade de Fortaleza, descobrimos em cada obra, um detalhe adicional do lirismo abstrato de Bandeira. Mesmo em suas primeiras paisagens, realizadas na terra natal, a inquietação que pulsava dentro do artista é nítida, tanto quanto sua forma até certo ponto lúdica e festiva de ver o mundo que o cercava, desde a Praia de Mucuripe e seus pescadores em Fortaleza, passando pelo porto de Capri na Itália, o ateliê de Copacabana e até a névoa e o frio deitados sobre a sua Paris que tanto amou, que lhe fez inclusive uma vez ouvir, de um parisiense qualquer, ao ver de passagem uma tela sua em plena execução numa praça na capital francesa, a expressão:"Vous n'avez pas besoin de beau temps pour faire beau temps"( você não precisa de bom tempo para que se faça bom tempo).
Acima, a bela obra Cercle de Feu, de 1965, que na mostra da UNIFOR o visitante se depara logo na sua chegada ao ambiente da mostra, é um excelente exemplo de que a expressão espontânea descrita acima, dita pelo parisiense surpreso, é pura verdade. Acredito ser essa uma das mais belas e completas exposições sobre Antonio Bandeira, este ilustre artista cearense, nascido com o modernismo brasileiro em 1922, que cresceu com o sol sempre na frente dos olhos, olhos que se cerraram de forma abrupta na sua plena maturidade, em 6 de outubro de 1967, num acidente cirúrgico durante uma operação de garganta para retirada de um pólipo. Aquele pequeno bilhete, encontrado em meio a seus papéis, sem identificação ou assinatura, onde se lia "et ta gorge?" ( e sua garganta?) continuará eternamente esperando uma resposta.terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Fortaleza - Ceará - Polo Cultural do Nordeste
Acima e abaixo, algumas imagens da exposição onde casais de bonecos, casinhas, utensílios domésticos e até aviões, passando por carros, carrinhos e caminhões, convivem harmonicamente numa mostra de muito bom gosto, onde de certa forma, todo mundo vira criança e toda criança viaja o mundo.
Resgate também é o que se faz na exposição "Vaqueiros", cuja qualidade pode ser comparada às melhores do Brasil, daquelas que infelizmente só ocorrem no eixo Rio-São Paulo. Didática, simples mas rica em detalhes, traz em imagens, objetos e textos um apanhado geral da história e da tradição do vaqueiro cearense, que muito contribuiu no processo de desenvolvimento e integração do estado.
Com uma série de objetos expostos, desde vestimentas até a própria recriação de uma casa de vaqueiro, a exposição faz uma radiografia detalhada da vida e dos hábitos do vaqueiro, da sua comida à sua fé, da sua coragem às suas emoções, mostrando que por baixo daquela roupa de couro existe ainda um homem, que chora quando o gado morre, que tem fama de conquistador para muitos e de "cabra safado" e perigoso para outros. Todo o folclore que envolve o vaqueiro é comentado e suas festas e crenças cheias de sincretismo são especialmente mostradas( A Reisada, o Boi e etc). De qualquer forma esta excelente exposição, em minha opinião, exalta o humano e mostra o ser por trás do couro que hoje sucumbe ao ter pelo ter, do ouro.
Vale a pena conferir. Para alguns é só um "pulinho" até o Dragão do Mar, para outros vai custar um pouquinho mais, mas a recompensa pelo esforço é certa. Na próxima postagem vou comentar sobre a exposição "Antonio Bandeira", que se realiza no espaço da UNIFOR em Fortaleza. Até lá.quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Arte Latinoamericana na Sotheby's
Outra obra de artista brasileiro que aparentemente surpreendeu foi o desenho aquarelado "Mulatas" de Di Cavalcanti, executado na década de 20, que foi arrematado por US$ 134,5 mil. Obras de Volpi, Sérgio Camargo e Cildo Meireles também encontraram compradores e com valores razoáveis. O mais interessante é que uma única obra de Beatriz Milhazes, a sensação do momento, não encontrou interessado. Agora só nos resta esperar os resultados do leilão da Christie's New York, mas não devemos esperar coisa muito diferente.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Casteran - Mais um latinoamericano das antigas bienais
Casteran, se utiliza de uma técnica refinada, utilizando o silkscreen como elemento de desenho e aplicação de "impasto" em óleo ou tinta acrílica o qual combinado com uma utilização sóbria e precisa do aerógrafo alcança resultados surpreendentes. Poucos inclusive sabem, infelizmente, que Jorge Casteran foi o representante do Brasil no Salão de Outono de Paris de 2004, onde seus prismas e elementos abstratos, que dialogam entre si na obra de arte, foram enormemente elogiados. A obra acima, datada de 1990, é um exemplo simples do trabalho de Casteran. Espero que apreciem.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Leilão da Sotheby's New York - Segunda Parte
A escultura foi inclusive, capa do catálogo do leilão, o que sem dúvida facilitou a venda. Ficaram sem encontrar comprador obras importantes de artistas como Renoir, Picasso, Pissarro, Maximilien Luce e outros de mesma envergadura. Espero que o receio partilhado pelos compradores internacionais não contamine o nosso já debilitado mercado de arte brasileiro. O negócio é tomar fôlego e ir em frente. Hoje tem leilão da Christie's New York. Quem sabe seja diferente.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Mais um pouco sobre as antigas Bienais - Siqueiros
fonte: acervo Escritório de Arte Rui Dell'Avanzi Jr. |
Na verdade esta gravura tem por título " La Hiena sobre Latinoamérica" ( a hiena que ruge em proteção aos oprimidos) e foi excutada em torno de 1953 e pertence ao período onde as obras de Siqueiros mais externavam críticas históricas, políticas e sociais. Aliás, a obra gráfica de Siqueiros mereceu belíssimo estudo de Elia Espinosa, um dos grandes pesquisadores mexicanos sobre arte latinoamericana, no qual conclui que a obra gráfica do artista não fica nem um pouco abaixo da sua obra mural e de cavalete. Siqueiros teve ainda trabalhos expostos nas Bienais de São Paulo de 1987 e 1998, sendo sem dúvida, um dos maiores nomes que já passaram pelos pavilhões do Ibirapuera.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Leilão da Sotheby's - Como foi?
fonte: Sotheby's
Outras obras importantes como o Vampiro de Edvard Munch, arrematado por aproximadamente US$ 38 milhões e Danceuse au repos de Edgard Degas, comprado por quase exatos US$ 37 milhões, geraram sem dúvida sensações fortes no pregão. Fato negativo a se notar é que algumas obras importantes de Van Gogh, Modigliani, Matisse, Monet e Picasso, que poderiam ter elevado o montante de vendas em mais de US$ 100 milhões, não encontraram compradores. Outra observação é que a grande maioria dos lotes vendidos teve o valor do arremate abaixo ou igual à estimativa mínima, o que pode representar um apetite contido dos potenciais compradores. O resultado não foi catastrófico como alguns esperavam mas sem dúvida, em minha opinião, a crise visitou a Sotheby's ontem a noite.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Um quadro de Prud'hon redescoberto
Este pequeno quadro, veio da coleção de José Pinto Vieira, falecido em 1924, que possuia uma coleção extensa, formada em boa parte quando de suas viagens à Europa, principalmente França( onde morou com a família de 1875 a 1890), coisa até certo ponto comum para a aristocracia e alta burguesia brasileira do final do século XIX e início do século XX.
O problema desta obra, a exemplo de muitas outras que estão pelo mercado, é a falta de documentação de origem : um recibo, certificado, catálogo ou qualquer outro documento de comprovação de procedência. São realmente raras as coleções antigas que possuem documentação em ordem.
Outro aspecto particular, era a diminuta dimensão e diferente disposição da figura, quando comparada a obras semelhantes de Prud'hon que estão em museus franceses, como a obra reproduzida abaixo, que pertence ao Museu de Dijon.
fonte: Base Joconde
A pintura do Museu de Dijon, possui dimensões de 130cm x 98cm, e como se vê, tem a figura "rebatida" e é de um acabamento finíssimo. Teria Prud'hon feito outras figuras semelhantes? Seria um estudo de um discípulo ou aluno no qual o mestre possa ter intervido?
Após uma exaustiva pesquisa na Biblioteca do Louvre, encontramos um catálogo de venda da coleção Victor Marguerite, importante escritor e colunista francês, que teria ocorrido em abril de 1914 no Drouot, em Paris. O leilão com 70 lotes, aparentemente não aconteceu por motivos ignorados, mas seu catálogo foi publicado. Vejam abaixo a reprodução do lote 61, de autoria de Prud'hon, também de pequenas dimensões(32cm x 24cm), apenas com o nome "Zephyr". Pedimos perdão pela qualidade da imagem, mas na biblioteca do Louvre só nos concederam uma cópia reprográfica.
Interessante se perceber que a posição e as proporções são as mesmas que as do nosso quadro e a imagem, apesar de ruim, permite ver inclusive alguns detalhes dos cabelos cacheados, das sombras, da margem do rio e da cachoeira ao fundo, tudo muito próximo ao do quadro em estudo. Ora, alguns podem dizer que mesmo assim seria uma cópia. Para ser uma cópia, teria que ser então contemporânea ao pintor, pois primeiro trata-se de uma obra totalmente desconhecida do meio e depois especialistas que trabalham na Europa, ao analisarem a obra, disseram que o betume utilizado é o mesmo utilizado por Prud'hon e aplicado da mesma forma que o mestre o fazia. Difícil acreditar que alguém de fora do seu atelier o teria feito.
Outro fator intrigante está no verso da obra. Trata-se de um selo de cera, possivelmente de nobreza, indicando a coleção à qual pertencia. O problema é que até agora não conseguimos identificar o brasão existente no selo, dentre os milhares existentes da Europa, principalmente na França, de onde imaginamos, a princípio, que a obra tenha vindo. Com certeza vai nos consumir um bom tempo para encontrá-lo.
Durante a pesquisa, conseguimos descobrir que em 1887( período que coincide com a residência de José Pinto Vieira em Paris), na venda do Barão Roger Portalis ( Seria dele o selo de nobreza? Não conseguimos encontrar nada até o momento), um quadro chamado apenas por "Le Zephir", foi vendido por 905 francos. É provável que tenha sido um quadro pequeno, pois logo em seguida, em 1888, uma pintura com dimensões de 44cm x 36cm, da coleção Duchatel, havia sido vendido por 1900 francos. Apesar de que isso pouco significa, pois quadros nunca foram vendidos por metro quadrado, mas, de qualquer forma, poder-se-ia ter uma pequena base. Ou não? E o leitor o que acha? Vamos conseguir provar que é um Prud'hon?
Estamos preparando uma documentação para enviar ao senhor Sylvain Lavessière, pesquisador e curador da Reunião dos Museus Franceses, considerado a maior autoridade em Prud'hon da atualidade, que eu espero que ainda esteja vivo e responda à consulta. Assim que tivermos qualquer novidade, ela vai para o ar.
domingo, 2 de novembro de 2008
E os leilões no Brasil? A crise vai afetar?
Na sequência, no dia 25 de Novembro, irá ocorrer o leilâo da Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, que sempre apresenta grande qualidade na seleção das peças. Só nos resta esperar para conferir. De qualquer forma, continuo otimista e acho que as boas obras de arte mudarão de mãos para deleite, investimento e garantia de segurança em tempos de crise de alguns atentos colecionadores.
Vários outros leilões menores irão ocorrer em São Paulo e Rio de Janeiro. Eles também serão um termômetro de como anda o mercado frente a crise que já nos atingiu. Comentaremos no momento oportuno. Enquanto isso, recomendo ficarem atentos pois existem ótimas oportunidades no mercado. Boas compras!
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Ainda os leilões - Arte Latinoamericana
fonte: Christie's.com
As demais obras de artistas brasileiros também estão com estimativas bem razoáveis e só não serão vendidas se os efeitos da crise financeira forem ainda mais devastadores do que se mostraram até agora. Para aqueles que podem, é o momento certo de comprar. Vamos aguardar anciosos pelos resultados pois, sempre de alguma forma, eles influenciam nosso mercado interno de arte. Se você gosta, tem recursos e vontade de investir em arte de primeira linha, a hora é agora. Aconselhe-se bem, vá em frente e bons negócios!
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Leilões da Sotheby's e Christie's - Como serão?
Fonte: CBC.Ca News
Além desta obra, ambas as casas oferecem uma série de trabalhos importantes e magníficos de artistas como Monet, Renoir, Braque, Leger, Kandinsky, Sisley e outros nomes importantes, além de vários Picasso. Vamos esperar e ver no que vai dar. Eu particularmente espero que seja um sucesso e que a máxima de que "as obras de arte são resseguro de crise" prevaleça.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Um breve passeio pelas Bienais do passado II
Já que estamos no campo da arte abstrata, vou falar um pouco de Maria Leontina, uma das artistas que mais participou da Bienal de São Paulo, estando presente na I, III, IV, V, VI e IX edição da Bienal (entre 1951 e 1967), com prêmios de aquisição em 1951 e 1953 e isenção de juri em 1961. Esposa do famoso pintor Milton da Costa, Maria Leontina Franco da Costa faleceu em 1984 e teve vida artística intensa tendo participado inclusive da Bienal de Veneza de 1950 e do Salão de Maio de Paris de 1952. Da sua vasta produção, destacamos as obras por alguns chamadas de estilo "abstrato-expressionista", tendendo à geometrização da qual se utilizou em sua primeira fase, onde se tornaram famosos os "estandartes". A obra abaixo, um pastel sobre papel cartão preto, é um típico exemplo da obra de Maria Leontina, cujos trabalhos também complementam importantes coleções no Brasil e no exterior. Mais um caso em que o pessoal da Bienal só acertou......
Nas próximas postagens, vou continuar a tratar de artistas de antigas Bienais. Não que o que esteja sendo mostrado atualmente não seja bom, longe disso, mas é que sinto uma saudade!! Principalmente porque naquela época não havia pixação deliberada nos pavilhões, por mais que ela também possa ser considerada como forma de expressão legítima e até de arte. Talvez os resultados das antigas bienais deveriam ter sido melhor divulgados e até ensinados nas salas de aula. Mas sou um otimista e acho que ainda dá tempo. Até a próxima!
Um breve passeio pelas Bienais do passado
Das antigas bienais, cujas obras apresentadas ainda guardam maior identidade com a grande massa do público de hoje em dia, gostaria de lembrar de alguns artistas, os quais em minha opinião, marcaram suas presenças com propostas interessantes, algumas delas talvez, ainda não compreendidas:
Outro participante da Bienal de São Paulo(1994) que merece menção é Saint Clair Cemin. Este gaúcho de Cruz Alta, nascido em 1951, é hoje um dos mais destacados artistas brasileiros no exterior. Com ateliês no EUA e Europa e obras em vários museus e coleções particulares ao redor do planeta, Saint Clair vem realizando um trabalho marcante, principalmente no campo da escultura. Suas peças são disputadas nos melhores leilões de arte de Sotheby's e Christie's, atingindo algumas delas preços bem altos. Só para exemplificar, no próximo dia 20 de Novembro, uma escutura sua, executada em madeira e metal, vai a leilão na Christie's de Nova York com estimativa entre US$ 12.000 e US$ 18.000. A obra acima, é um desenho de Saint Clair da dec. 70, quando ele ainda estudava na França. Ainda vamos ouvir muito dele por aí....
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Obra redescoberta de Paulo do Valle Junior
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
30 Anos da mostra "15 Jovens Artistas do Brasil"
Newton Mesquita - Tuba- TMSTCP
Gilberto Salvador - Lagoa com Vitória Régia TMSTCP
Acervo - Ana Roso
domingo, 19 de outubro de 2008
Tadashi Kaminagai recuperado
A obra acima, de autoria de Tadashi Kaminagai, pintor japonês também pertencente à Escola de Paris, foi encontrada num antiquário no interior do estado de São Paulo, em estado de conservação extremamente precário, mas com a camada pictórica perfeita. O artista, que morou no Brasil durante anos, passou uma parte de sua vida na França( onde inclusive veio a falecer em 1982) , e influenciado por muitos dos artistas franceses com os quais convivia, como Matisse, Marquet entre outros, para os quais executava também molduras entalhadas primorosas( hoje disputadíssimas pelo mercado), pintou muitas paisagens francesas, principalmente do interior como da Bretanha e de La Frete sur Seinne. A obra em questão, depois de devidamente restaurada, foi mostrada a Yo Kaminagai, filho do artista que reside na França, e este em tom emocionado, disse que se recordava de que seu pai havia feito esta pintura quando ele, Yo, era bem pequeno, em Lehon na Bretanha. A obra é sem dúvida magnífica, com influência dos pós-impressionistas, e executada com "impasto" generoso, a um toque. Coisa de mestre. Espero que apreciem mais esta pintura redescoberta.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Quadro de Anita Malfatti redescoberto
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
2008 - Arthur Luiz Piza - 80 Anos
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Uma obra de Camille Pissarro Redescoberta
A obra de arte cuja imagem está acima, é um desenho a pastel de autoria de Camille Pissarro, um dos principais pintores impressionistas franceses, que junto com Monet, Sisley, Renoir, Cézanne e mais alguns, foi um dos responsáveis pelo movimento Impressionista, que revolucionou a arte mundial no século XIX.
Há uns meses, um conhecido meu de Israel, me enviou a imagem, já meio a título de desabafo, pois não conseguia dos certificadores na França, mais especificamente o Wildenstein Institute, o reconhecimento da autenticidade e a certificação da mesma.
Ao receber a imagem, uma espécie de " sininho" soou na minha mente, pois algo me dizia que eu já havia visto aquela imagem antes. Como pesquiso impressionismo há muitos e muitos anos, não seria difícil que talvez algo parecido tivesse passado diante dos meus olhos em algum dos milhares de livros e catálogos que consultei. O problema seria saber onde. Comecei uma pesquisa obviamente em minha pequena biblioteca pessoal, em todos os livros e catálogos antigos que possuissem o verbete Pissarro. Para minha surpresa, em algumas horas, encontrei um livro editado no Brasil há mais de trinta anos pela Editora Três, da série Biblioteca de Arte - Os Impressionistas, escrito por Charles Kunstler, membro do Institut de France, que possuia na página 34 a imagem abaixo:
Incrível e emocionante!! Era realmente a obra em questão. O que mais surpreende é que este livro possui uma edição francesa e que pasmem-se, foi patrocinada pela Fundação Wildenstein, os mesmos que têm o catálogo raisonné sob sua responsabilidade. Enviei a imagem para o meu conhecido em Israel e obviamente o "queixo caiu". Eu acabara de transformar o pastel dele em algumas dezenas de milhares de dólares. Mas o mais importante, é que uma obra autêntica de um dos maiores pintores da humanidade foi resgatada, redescoberta. Se trata de um patrimônio da humanidade e por mais que esteja em uma coleção particular, tem que ser reconhecida e preservada. A essa altura já deve ter sido vendida e com certeza está pendurada em uma parede de colecionador de porte em algum lugar do mundo onde haja dinheiro e bom gosto. Hoje em dia, poder ter uma obra dessas em casa é para poucos.
Roubo no MASP
Por mais que algumas pessoas não concordem com o modelo da atual administração do museu, achei de muito mau gosto o "apedrejamento" executado, pois atingiu de certa forma outras pessoas, que participam há anos da administração do MASP, com dedicação, carinho e competência. Pessoas como Luis Hossaka, Eugênia, Ivani e muitos outros, não podem ser esquecidos ou transformados em vilões ou mesmo profissionais incompetentes em função de um fato isolado, provocado sabe-se lá por que reais motivos.
Ouvi gente inclusive me questionando se as obras que retornaram são realmente as autênticas ( fato que me estimulou a escrever este texto), pondo em dúvida a competência e a qualidade profissional dos funcionários do quadro técnico do museu. Depois que se explica para os interessados a qualidade de quem está lá e os procedimentos que se levam a cabo nessas situações, as pessoas entendem que seria impossível, ou no mínimo uma possibilidade remotíssima.
Crucificaram a atual presidência do MASP, e aqui não vou entrar no mérito da agressão, mas não me lembro de ter lido nenhuma matéria nos jornais ou na Internet falando das qualidades da equipe técnica do museu. É uma pena que nessas horas, a mídia só vê a parte vazia do copo, e esquece, ou propositalmente não quer ver, a boa quantidade de vinho de primeira qualidade que ainda está lá. Temos que rezar e torcer para não transformarem o MASP em mais um trampolim político ou um buraco negro de nepotismo e clientelismo político. Toda essa estória só transpira vaidade, de um lado e do outro. Que as reais boas intenções para se manter ou melhorar este que é o melhor museu da América Latina apareçam. Mas as reais boas intenções. As outras que sumam. Visitem o MASP, ele merece.