segunda-feira, 14 de março de 2016

Mercado de Arte Internacional em baixa?


Gallery assistants carry the painting 'Tete de femme' by Pablo Picasso during a media preview of Impressionist and Modern Art Evening Sale at Sotheby's in London, Britain January 28, 2016. The picture is estimated to sell for between 16 -20 million British pounds when it is auctioned on February 3 in London.REUTERS/Stefan WermuthEDITORIAL USE ONLY. NO RESALES. NO ARCHIVE ORG XMIT: SWT05
Picasso - Tête de femme - vendido por US 27 milhões  Fonte: Uol - Folha

Matéria de hoje da UOL - Folha comenta a queda dos negócios no mercado de luxo internacional, no qual se inclui o mercado de arte fina. O exemplo do quadro reproduzido acima de Picasso, Tête de Femme, que havia sido comprado por Jho Low em 2013 por US$ 40 milhões, alcançou recentemente a cifra de US$ 27 milhões, conferindo ao seu proprietário um sonoro prejuízo. Pergunto a mim mesmo: será que foi mesmo vendido? A questão é que o mercado de arte internacional também foi inflado nos últimos anos pela política de expansão monetária da União Européia, EUA e China. Grandes volumes de dinheiro a juros praticamente zerados, sem sombra de dúvida contribuíram para que um processo especulativo se estabelecesse no mercado de arte. O caso do Picasso descrito acima me parece um bom exemplo. Em minha opinião, comprador de Picasso que se preze, adquire a obra e a retém por um bom tempo, para maturação do investimento. Comprar em 2013 para vender em 2016 soa a mercado financeiro especulativo, aliás, uma das especialidades de Jho Low, ou então que ele esteja quebrado, o que não acredito.

Arte fina é e continuará sendo uma excelente opção como reserva de valor em momentos de crise como a que estamos vivendo. Claro que existem limites a serem avaliados quando da compra, principalmente se ela for com vistas a investimento. Deixar-se levar pela emoção em um leilão para adquirir uma peça de valor como um Picasso, só se justifica pela paixão pela arte e pelo prazer que a contemplação de obras primas nos transmitem, ou até mesmo pelo prazer de possuir algo único, desejado por muitos, como pura fruição. 

No Brasil, temos notícias de que o mercado está algo paralisado mas, ao contrário do noticiado lá fora, os preços das obras primas não caíram. Sentimos sim o achatamento de preços nas obras de nível intermediário, geralmente comercializados junto à classe média, esta sim extremamente atingida pela crise financeira. Outro fator foi o aparecimento de inúmeros leilões "on line", o que aumentou a oferta de obras com a consequente derrubada nos preços.

Jamais me arrependi de indicar o investimento em arte fina, principalmente em períodos de crise, quando temos excelentes oportunidades, como uma forma de multiplicação de patrimônio. É escolher bem e com bom critério, que o resultado será excepcional. Além é claro e principalmente, do deleite gerado pela contemplação de uma boa obra de arte. É experimentar para nunca mais parar de fazê-lo.