sábado, 6 de dezembro de 2008
Leilão da Bolsa de Arte em São Paulo
Para os admiradores do "Grupo Santa Helena", o leilão apresenta boas obras de Zanini e Bonadei, além de duas têmperas de Volpi. Há ainda obras de Oiticica, Lygia Clark, Barsotti e geométricos de autores mais recentes como Judith Lauand e Eduardo Sued, entre muitos outros.
Para os amantes da pintura acadêmica, incluindo-se aqui até os de tendência impressionista, iremos encontrar no catálogo obras de Firmino Monteiro, Catagneto, Rodolfo Amoêdo e um Garcia Bento com trabalho de espátula magistral. Abaixo, um dos destaques do leilão, o Di Cavalcanti "Moça na Janela", de 1957, com estimativa de R$ 650/750.000, cujo futuro comprador não estará jogando dinheiro fora.
Vale a pena conferir e participar. A exposição em São Paulo vai até segunda-feira, dia 8 de Dezembro, na Rua Osacar Freire, 379. Bom leilão!!
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Raimundo Cela - Outro grande artista cearense
A obra acima, de autoria de Raimundo Cela, foi recentemente redescoberta e é uma das poucas naturezas-mortas realizadas pelo pintor. A outra que se tem notícia, está no acervo do MAUC em Fortaleza, que aliás possui uma excelente coleção, com inúmeros óleos e principalmente desenhos de Cela. O artista também foi um exímio gravador, tendo inclusive sido professor da cadeira de gravura na mesma ENBA a partir de 1930. Raimundo Cela faleceu em Niterói - RJ, em 1954, deixando uma obra caracterizada pelo retrato do povo e da paisagem cearense com seus barcos, pescadores, marinhas, jangadeiros e suas rendeiras de mãos fortes mas delicadas onde a luz amena e as cores relativamente pálidas de sua execução conferem todo um tom regional e nostálgico, mas de um realismo cativante, a cada peça realizada. Em tempos recentes, a Pinakotheque Cultural editou um catálogo, relativo à exposição por eles relizada sobre Raimundo Cela, com reproduções de obras e textos críticos e biográficos. Existem referências sobre o artista no Dicionário das Artes Plásticas no Brasil de Roberto Pontual e no Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos do MEC. É um artista cearense que vale a pena ser estudado e admirado.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Exposição Antonio Bandeira na UNIFOR
Ao percorrermos a exposição, juntamente com estudantes e outros visitantes de todos os níveis da cidade de Fortaleza, descobrimos em cada obra, um detalhe adicional do lirismo abstrato de Bandeira. Mesmo em suas primeiras paisagens, realizadas na terra natal, a inquietação que pulsava dentro do artista é nítida, tanto quanto sua forma até certo ponto lúdica e festiva de ver o mundo que o cercava, desde a Praia de Mucuripe e seus pescadores em Fortaleza, passando pelo porto de Capri na Itália, o ateliê de Copacabana e até a névoa e o frio deitados sobre a sua Paris que tanto amou, que lhe fez inclusive uma vez ouvir, de um parisiense qualquer, ao ver de passagem uma tela sua em plena execução numa praça na capital francesa, a expressão:"Vous n'avez pas besoin de beau temps pour faire beau temps"( você não precisa de bom tempo para que se faça bom tempo).
Acima, a bela obra Cercle de Feu, de 1965, que na mostra da UNIFOR o visitante se depara logo na sua chegada ao ambiente da mostra, é um excelente exemplo de que a expressão espontânea descrita acima, dita pelo parisiense surpreso, é pura verdade. Acredito ser essa uma das mais belas e completas exposições sobre Antonio Bandeira, este ilustre artista cearense, nascido com o modernismo brasileiro em 1922, que cresceu com o sol sempre na frente dos olhos, olhos que se cerraram de forma abrupta na sua plena maturidade, em 6 de outubro de 1967, num acidente cirúrgico durante uma operação de garganta para retirada de um pólipo. Aquele pequeno bilhete, encontrado em meio a seus papéis, sem identificação ou assinatura, onde se lia "et ta gorge?" ( e sua garganta?) continuará eternamente esperando uma resposta.terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Fortaleza - Ceará - Polo Cultural do Nordeste
Acima e abaixo, algumas imagens da exposição onde casais de bonecos, casinhas, utensílios domésticos e até aviões, passando por carros, carrinhos e caminhões, convivem harmonicamente numa mostra de muito bom gosto, onde de certa forma, todo mundo vira criança e toda criança viaja o mundo.
Resgate também é o que se faz na exposição "Vaqueiros", cuja qualidade pode ser comparada às melhores do Brasil, daquelas que infelizmente só ocorrem no eixo Rio-São Paulo. Didática, simples mas rica em detalhes, traz em imagens, objetos e textos um apanhado geral da história e da tradição do vaqueiro cearense, que muito contribuiu no processo de desenvolvimento e integração do estado.
Com uma série de objetos expostos, desde vestimentas até a própria recriação de uma casa de vaqueiro, a exposição faz uma radiografia detalhada da vida e dos hábitos do vaqueiro, da sua comida à sua fé, da sua coragem às suas emoções, mostrando que por baixo daquela roupa de couro existe ainda um homem, que chora quando o gado morre, que tem fama de conquistador para muitos e de "cabra safado" e perigoso para outros. Todo o folclore que envolve o vaqueiro é comentado e suas festas e crenças cheias de sincretismo são especialmente mostradas( A Reisada, o Boi e etc). De qualquer forma esta excelente exposição, em minha opinião, exalta o humano e mostra o ser por trás do couro que hoje sucumbe ao ter pelo ter, do ouro.
Vale a pena conferir. Para alguns é só um "pulinho" até o Dragão do Mar, para outros vai custar um pouquinho mais, mas a recompensa pelo esforço é certa. Na próxima postagem vou comentar sobre a exposição "Antonio Bandeira", que se realiza no espaço da UNIFOR em Fortaleza. Até lá.