sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sophia Tassinari - Um tributo a esta grande artista

As novas gerações, principalmente dos recém chegados ao mercado de arte, desconhecem quase que por completo o nome de Sophia Tassinari. Infelizmente. Talvez esta seja uma das maiores injustiças que o mercado e o mundo da arte cometem, justamente a uma artista que possuía uma enorme sensibilidade, sem contar é claro, dos grandes conhecimentos que tinha da técnica pictórica, do desenho, da escultura e também da cerâmica.



Dona Sophia, como eu costumava chamá-la, foi aluna de Anita Malfatti e Mario de Andrade. Pertenceu ao Grupo Guanabara, do qual faziam parte Fukushima, Mabe, Ianelli e outros, com os quais percorria os arredores da cidade de São Paulo, pintando paisagens pitorescas das chacrinhas, das várzeas, rios e outros motivos que eram retratados com desenho preciso, paleta suave e equilibrada e em toques rápidos, para não se perder o efeito da luz no ambiente e traduzí-lo da forma mais fiel possível, como na paisagem acima, que está reproduzida em seu livro "Sophia Tassinari e Sua Arte", editado quando da exposição no MASP na dec. de 80. Aliás, Pietro Maria Bardi, além de ter feito a introdução do livro, era fã declarado de D. Sophia.
Com o tempo, a artista foi crescendo mais e mais em sua arte. Começou a pintar e desenhar a figura humana com mais frequência e suas paisagens ganham cores um pouco mais vivas com um desenho mais solto ou "mais livre das formas" como ela mesma gostava de dizer.
Fundou e comandou por muitos anos a Galeria Azulão em São Paulo, por onde passaram muitos dos grandes artistas brasileiros e que também ficou famosa pelas "Feirinhas de Natal" que promovia, onde se podia comprar obras de arte de uma infinidade de artistas a preços módicos. Com isso D. Sophia ajudou a promover muitos artistas que hoje despontam no cenário artístico brasileiro e que, com certeza, lhe são muito gratos.
Sophia foi escultora pois "gostava de sentir as formas" e também gravadora, ceramista e muralista, tendo também executado jóias em prata e pedras semi-preciosas do Brasil. Enfim, uma experiência artística muito rica, cujo legado ainda será resgatado e amplamente difundido para que, finalmente, Sophia Tassinari tenha o lugar que merece no cenário da arte brasileira.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Lasar Segall - Gravura desaparecida



Na última sexta-feira, encontrei D. Ana. Ela é funcionária dos Correios aqui em Itapetininga e foi quem me comunicou o roubo do caminhão dos Correios, na região de Campinas, em Dezembro de 2007, no qual viajava uma gravura de Lasar Segall que pertencia ao nosso acervo, e que retornava de São Paulo onde havia mostrada. A carga inteira do caminhão desapareceu, numa ação dos bandidos que não durou mais que 40 minutos. Difícil saber o que esse pessoal pode ter feito com a obra, uma xilo de Segall pertencente ao famoso álbum Mangue, de 1943. A gravura havia passado por um processo de limpeza recente, e a documentação fotográfica está guardada para eventuais comparações, caso encontremos peças semelhantes em circulação pelo mercado.
Lasar Segall deixou uma extensa obra gravada, onde as xilogravuras tem papel de destaque. Esta peça que nos foi roubada, está inclusive reproduzida no Dicionário das Artes Plásticas no Brasil de Roberto Pontual. Uma perda e tanto.