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segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Francisco Aurélio de Figueiredo - Importante pintor brasileiro

Possuímos em nosso acervo duas pinturas de autoria de Francisco Aurélio de Figueiredo e Mello, cujas reproduções seguem abaixo, irmão do pintor Pedro Américo, que nasceu na Paraíba em 1854 (algumas fontes citam 1856) e faleceu no Rio de Janeiro em 1916. Foi desenhista e pintor de história, paisagens, retratos e de gênero, tendo deixado uma vasta e importante obra. Estudou na Academia Imperial de Belas Artes, tendo como professores o próprio irmão e Jules Le Chevrel.


 No contexto de pintura de história, deixou uma das obras mais importantes referente ao império, que se trata do Último Baile da Ilha Fiscal, de 1905, retratando evento das últimas horas do período Imperial do Brasil. Começou a expor em 1884 na própria Academia Imperial, tendo participado de inúmeras exposições. Após sua morte, sua arte tem sido lembrada em várias exposições, incluindo mostras no Museu Nacional de Belas Artes e uma paisagem exposta da 2a. Bienal de São Paulo em 1953.


Possui obras em vários museus brasileiros e em importantes coleções particulares, sendo um dos artistas de característica acadêmica dos mais procurados e valorizados.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

7a. Bienal do Mercosul

Começou hoje em Porto Alegre e vai até o dia 29 de Novembro, a sétima edição da Bienal do Mercosul. Conforme a introdução existente no site do evento....:



"A 7ª Bienal do Mercosul começa em março de 2008, com o lançamento de um processo inédito para seleção do curador-geral. O concurso, aberto a profissionais de todo o mundo, recebeu 67 propostas para avaliação, vindas de candidatos de mais de 20 países. O método adotado marcou uma nova etapa evolutiva da Bienal do Mercosul, tornando mais dinâmica e transparente a escolha do curador.A proposta escolhida, assinada pelos curadores Victória Noorthoorn e Camilo Yáñez, atendeu às metas da Fundação Bienal do Mercosul:
• Foco na contribuição social, buscando reais benefícios para os seus públicos, parceiros e apoiadores;
• Contínua aproximação com a criação artística contemporânea e seu discurso crítico;
• Transparência na gestão e em todas as suas ações; • Prioridade de investimento em educação; e,
• Estabelecimento da Bienal como referência nos campos da arte, da educação e pesquisa nessas áreas.

Em linhas gerais, Noorthoorn e Yáñez propuseram um conceito de bienal que determina uma participação efetiva dos artistas que a compõem, valendo-se de sua energia criativa para refletir sobre o papel que representam. O projeto envolve os artistas na própria concepção da Bienal: considerados como atores sociais e constantes produtores de sentido crítico, os artistas serão responsáveis por conceituar formatos de exibição, o projeto pedagógico e as políticas editoriais do evento.A equipe curatorial da 7ª Bienal do Mercosul está integrada pelos seguintes curadores:
Curadores-gerais: Victoria Noorthoorn (Argentina) e Camilo Yáñez (Chile)
Curadora pedagógica: Marina De Caro (Argentina)
Curadores adjuntos: Roberto Jacoby (Argentina), Artur Lescher (Brasil), Mario Navarro (Chile) e Laura Lima (Brasil)
Co-curadora Radiovisual: Lenora de Barros (Brasil)
Curadores editoriais: Erick Beltrán (México) e Bernardo Ortiz (Colômbia)

A 7ª Bienal do Mercosul é uma plataforma aberta de comunicação sobre o estado das artes mais experimentais e críticas do continente, em diálogo com o mundo. Para a Fundação Bienal do Mercosul, esta Bienal vai promover ações pensadas para envolver o público em um processo contínuo de aproximação e diálogo, abrindo espaço para que as contribuições da Bienal à comunidade sejam positivas e crescentes a cada edição. Este contínuo projeto de renovação e ampliação se constitui num enorme investimento, cujos resultados não se restringem ao presente, mas serão percebidos também no futuro. "

Com aproximadamente 200 artistas, vale a pena uma ida a Porto Alegre e visitar a Bienal, cuja importância aumenta a cada edição, para se ater às tendências da arte brasileira e latinoamericana.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Salão da Hebraica em São Paulo

Vai do dia 18 ao dia 23 de Agosto o 16o. Salão da Hebraica, realizado no Salão Marc Chagall do "Clube A Hebraica" de São Paulo, que geralmente reúne galerias, escritórios de arte, antiquários e joalheiros de peso do Brasil. Existe arte e antiguidades de todos os tipos e para todos os gostos. Este ano contará também com uma sala especial em homenagem ao Ano da França no Brasil, organizada por Claudio Valério Teixeira e Max Perlingeiro, que com certeza tem tudo para ser magnífica.
Haverá também uma exposição em homenagem a Zanine Caldas, com curadoria de Luiz Octávio Louro Gomes, colococando ainda mais em evidência as peças de design. Atualíssimo.

Dentre os participantes, gostaria de citar um nome que cresce cada vez mais na arte contemporânea que é o do mineiro Murilo Castro. Murilo tem feito um trabalho muito bonito, de valorização e divulgação de novos talentos da arte brasileira, ação indispensável para que haja renovação e busca por um novo espírito de vanguarda. Entre as obras que serão apresentadas pela galeria, está o trabalho reproduzido abaixo "Grande Pássaro Mãe", de autoria de Mestre DIDI, cujas obras estão sendo muito procuradas e já frequentam os melhores leilões do país. Vale a pena a visita.

O Salão Marc Chagall fica na Rua Dr. Alberto Cardoso de Melo Neto, 115 nos Jardins em São Paulo. Considero o evento imperdível. Nos encontraremos por lá.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Um pouco sobre Antonio Gomide

Nascido em Itapetininga, município onde resido, em 1895, Antonio Gonçalves Gomide pode ser considerado um dos principais artistas modernistas brasileiros. Dono de um estilo inconfundível, principalmente quanto às obras da dec. 20, com forte influência cubista, fruto da convivência com artistas da envergadura de Pablo Picasso, George Braque, Francis Picabia e Andre Lhote entre outros, durante sua estada em Paris, onde chegou a ter um ateliê na Rue Vercingétorix, 52. Nessa mesma época, chegou a expor no Salon des Indépendants e no Salon d'Automne de Paris. A obra abaixo, Pont Saint Michel, é um dos melhores exemplo dessa época.



Gomide, a bem da verdade, morou na Europa desde 1913, quando mudou com a família para Genebra, na Suiça. Lá estudou na Escola de Comércio de Genebra e na Escola de Belas Artes da mesma cidade. Na primeira conheceu Sergio Milliet e na segunda John Graz, que mais tarde se casaria com sua irmã Regina. Após várias idas e vindas da Europa, só retornaria definitivamente ao Brasil em 1929, quando instalou um ateliê na Alamenda Nothmann, na cidade de São Paulo.
Além da pintura e do desenho, Antonio Gomide executou decoração de interiores e também vitrais para decoração de igrejas para a empresa de Conrado Sorgenicht Filho, deixando sem dúvida, uma obra extensa e eclética. Apesar de ser dono de uma personalidade algo introspectiva, preferindo sempre o isolamento à exposição na mídia da época, Gomide participou de várias e importantes mostras no Brasil e no exterior, como a organizada em Nova York pelo International Art Center do Museu Roerich, bem como dos salões de Maio em São Paulo na década de 30 e da I Bienal de São Paulo de 1951. Em 1968, muda-se para Ubatuba no litoral de São Paulo, vindo a falecer em 1969, totalmente cego. Antonio Gomide foi muito bem retratado por Elvira Vernaschi em seu livro "Gomide", resultado de seu trabalho de mestrado na USP sob orientação do Prof. Walter Zanini, o qual também a credenciou como catalogadora e certificadora da obra deste grande artista.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Mais um pouco sobre as antigas Bienais - Siqueiros

Um artista do qual gosto muito é David Alfaro Siqueiros, que junto com Orozco e Rivera, formou o importante grupo de muralistas mexicanos que de certa forma revolucionou a arte mural e gráfica latinoamericana. Siqueiros foi também um dos mais engajados politicamente e suas obras sempre possuiram um conteúdo social enorme. Ele participou da III Bienal de São Paulo de 1955 com 10 gravuras, em sua maioria litos. Acredito que um exemplar da gravura representada abaixo tenha participado da mostra com o título "Cão". As dimensões são bem próximas às descritas no catálogo e já tive a oportunidade de vê-la representada em mostras no México com o mesmo nome.

fonte: acervo Escritório de Arte Rui Dell'Avanzi Jr.
                                                                  
Na verdade esta gravura tem por título " La Hiena sobre Latinoamérica" ( a hiena que ruge em proteção aos oprimidos) e foi excutada em torno de 1953 e pertence ao período onde as obras de Siqueiros mais externavam críticas históricas, políticas e sociais. Aliás, a obra gráfica de Siqueiros mereceu belíssimo estudo de Elia Espinosa, um dos grandes pesquisadores mexicanos sobre arte latinoamericana, no qual conclui que a obra gráfica do artista não fica nem um pouco abaixo da sua obra mural e de cavalete. Siqueiros teve ainda trabalhos expostos nas Bienais de São Paulo de 1987 e 1998, sendo sem dúvida, um dos maiores nomes que já passaram pelos pavilhões do Ibirapuera.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Um breve passeio pelas Bienais do passado II

Continuando nosso passeio pelas Bienais e alguns de artistas delas participantes, me sinto na obrigação de falar de Arthur Luiz Piza, a quem já prestei uma justa homenagem lá embaixo neste blog, pelos seus 80 anos de vida. Piza foi sem dúvida um dos maiores participantes da Bienal de São Paulo, tendo suas obras sido expostas ao grande público nas edições de 1951 a 1963 e também na de 1967, conquistando ainda o Grande Prêmio Nacional de Gravura em 1959 e o Prêmio de Aquisição de 1967. Seus relevos, recortes e gravuras são hoje disputados por colecionadores ao redor do mundo, o que mostra que sua proposta e trabalho foram amplamente aceitos nos meios artísticos internacionais, sendo que suas obras integram os acervos dos maiores e mais importantes museus de arte moderna e contemporânea do mundo, como por exemplo o Art Institute of Chicago, o MoMa de Nova York, Museu Guggenheim EUA entre muitos outros. A obra abaixo, uma gravura executada em metal/goiva, é um exemplo característico do trabalho primoroso que Piza desenvolveu ao longo de sua brilhante carreira. Mais um caso em que a Bienal de São Paulo mostrou e premiou, e a crítica e o público foram unânimes em reconhecer em Piza um dos maiores artistas contemporâneos brasileiros.







Já que estamos no campo da arte abstrata, vou falar um pouco de Maria Leontina, uma das artistas que mais participou da Bienal de São Paulo, estando presente na I, III, IV, V, VI e IX edição da Bienal (entre 1951 e 1967), com prêmios de aquisição em 1951 e 1953 e isenção de juri em 1961. Esposa do famoso pintor Milton da Costa, Maria Leontina Franco da Costa faleceu em 1984 e teve vida artística intensa tendo participado inclusive da Bienal de Veneza de 1950 e do Salão de Maio de Paris de 1952. Da sua vasta produção, destacamos as obras por alguns chamadas de estilo "abstrato-expressionista", tendendo à geometrização da qual se utilizou em sua primeira fase, onde se tornaram famosos os "estandartes". A obra abaixo, um pastel sobre papel cartão preto, é um típico exemplo da obra de Maria Leontina, cujos trabalhos também complementam importantes coleções no Brasil e no exterior. Mais um caso em que o pessoal da Bienal só acertou......




Nas próximas postagens, vou continuar a tratar de artistas de antigas Bienais. Não que o que esteja sendo mostrado atualmente não seja bom, longe disso, mas é que sinto uma saudade!! Principalmente porque naquela época não havia pixação deliberada nos pavilhões, por mais que ela também possa ser considerada como forma de expressão legítima e até de arte. Talvez os resultados das antigas bienais deveriam ter sido melhor divulgados e até ensinados nas salas de aula. Mas sou um otimista e acho que ainda dá tempo. Até a próxima!

Um breve passeio pelas Bienais do passado

Foi aberta no último Domingo, 26 de Outubro, a 28a. Bienal de São Paulo. Sob aplausos de uns e críticas de outros, o importante é que desde 1951, quando ocorreu a primeira delas, a cidade de São Paulo e também o Brasil, tem a oportunidade de travar contato com a chamada, digamos, "vanguarda atualizada" das artes plásticas mundial. Inegavelmente, alguns dos artistas que passaram por elas ao longo destes 57 anos, se transformaram em verdadeiros ícones das artes, geradores de tendências que foram seguidas por inúmeros outros jovens artistas ao redor do mundo. Hoje em dia, muito se questiona a razão da existência das bienais. A primeira delas, a de Veneza, que teve sua primeira edição em 1895, continua ainda a ser um grande peso no curriculum de quem nela teve a oportunidade de exibir seus trabalhos. A bem da verdade, com a Bienal de São Paulo não deixa de ser diferente, pois a mostra ganhou importância considerável no circuito das artes mundial, mesmo depois de algumas poucas edições. Suas salas especiais já dedicaram espaço e atenção a vários artistas, europeus e latinoamericanos como Picasso, Volpi e muitos outros, cujas obras hoje em dia, se tornaram verdadeiros objetos do desejo de muitos colecionadores e museus.


Das antigas bienais, cujas obras apresentadas ainda guardam maior identidade com a grande massa do público de hoje em dia, gostaria de lembrar de alguns artistas, os quais em minha opinião, marcaram suas presenças com propostas interessantes, algumas delas talvez, ainda não compreendidas:

Começo com Valdir Sarubbi, artista paraense, que participou das Bienais de 1972 e 1974(hors concurs). Sarubbi, que infelizmente morreu de forma precoce em 2000, era possuidor de um desenho de altíssima qualidade, reconhecido e premiado no Brasil e no exterior. Em suas diversas fases, trouxe para o plano da tela ou do papel, uma temática baseada na vida amazônica, enaltecendo a sua própria origem e dando o devido valor ao que é nosso, ao que é brasileiro. A obra acima, um estudo para a série "Este Rio é Minha Rua", exala uma certa "amazonicidade", se é que o vocábulo existe, nos transportando para um barco a percorrer os igarapés existentes na imensidão amazônica. As obras de Sarubbi, mesmo suas gravuras, são raríssimas e acredito que com o tempo, o reconhecimento desse grande artista virá.


Outro participante da Bienal de São Paulo(1994) que merece menção é Saint Clair Cemin. Este gaúcho de Cruz Alta, nascido em 1951, é hoje um dos mais destacados artistas brasileiros no exterior. Com ateliês no EUA e Europa e obras em vários museus e coleções particulares ao redor do planeta, Saint Clair vem realizando um trabalho marcante, principalmente no campo da escultura. Suas peças são disputadas nos melhores leilões de arte de Sotheby's e Christie's, atingindo algumas delas preços bem altos. Só para exemplificar, no próximo dia 20 de Novembro, uma escutura sua, executada em madeira e metal, vai a leilão na Christie's de Nova York com estimativa entre US$ 12.000 e US$ 18.000. A obra acima, é um desenho de Saint Clair da dec. 70, quando ele ainda estudava na França. Ainda vamos ouvir muito dele por aí....

Um artista do qual gosto muito do trabalho, autor da obra acima e que participou da Bienal de São Paulo de 1967, é Gilberto Salvador. Considero seu trabalho consistente e todas as suas fases possuem um fio condutor, que dá ao conjunto da obra uma coerência muito grande, sinal de evolução embasada em pesquisa e muito, mas muito trabalho. Hoje além das atividades de artista plástico, Gilberto Salvador criou uma fundação que leva seu nome, e que patrocina e gerencia uma série de eventos e atividades no âmbito da cultura. Mais um nome consagrado que passou pelos pavilhões do Ibirapuera.............
Na próxima postagem, vou selecionar mais alguns participantes de Bienal que vale a pena serem lembrados. Afinal, temos quarenta dias para falar e principalmente visitar a Bienal. Nem que seja por pura diversão.