terça-feira, 28 de outubro de 2008

Um breve passeio pelas Bienais do passado II

Continuando nosso passeio pelas Bienais e alguns de artistas delas participantes, me sinto na obrigação de falar de Arthur Luiz Piza, a quem já prestei uma justa homenagem lá embaixo neste blog, pelos seus 80 anos de vida. Piza foi sem dúvida um dos maiores participantes da Bienal de São Paulo, tendo suas obras sido expostas ao grande público nas edições de 1951 a 1963 e também na de 1967, conquistando ainda o Grande Prêmio Nacional de Gravura em 1959 e o Prêmio de Aquisição de 1967. Seus relevos, recortes e gravuras são hoje disputados por colecionadores ao redor do mundo, o que mostra que sua proposta e trabalho foram amplamente aceitos nos meios artísticos internacionais, sendo que suas obras integram os acervos dos maiores e mais importantes museus de arte moderna e contemporânea do mundo, como por exemplo o Art Institute of Chicago, o MoMa de Nova York, Museu Guggenheim EUA entre muitos outros. A obra abaixo, uma gravura executada em metal/goiva, é um exemplo característico do trabalho primoroso que Piza desenvolveu ao longo de sua brilhante carreira. Mais um caso em que a Bienal de São Paulo mostrou e premiou, e a crítica e o público foram unânimes em reconhecer em Piza um dos maiores artistas contemporâneos brasileiros.







Já que estamos no campo da arte abstrata, vou falar um pouco de Maria Leontina, uma das artistas que mais participou da Bienal de São Paulo, estando presente na I, III, IV, V, VI e IX edição da Bienal (entre 1951 e 1967), com prêmios de aquisição em 1951 e 1953 e isenção de juri em 1961. Esposa do famoso pintor Milton da Costa, Maria Leontina Franco da Costa faleceu em 1984 e teve vida artística intensa tendo participado inclusive da Bienal de Veneza de 1950 e do Salão de Maio de Paris de 1952. Da sua vasta produção, destacamos as obras por alguns chamadas de estilo "abstrato-expressionista", tendendo à geometrização da qual se utilizou em sua primeira fase, onde se tornaram famosos os "estandartes". A obra abaixo, um pastel sobre papel cartão preto, é um típico exemplo da obra de Maria Leontina, cujos trabalhos também complementam importantes coleções no Brasil e no exterior. Mais um caso em que o pessoal da Bienal só acertou......




Nas próximas postagens, vou continuar a tratar de artistas de antigas Bienais. Não que o que esteja sendo mostrado atualmente não seja bom, longe disso, mas é que sinto uma saudade!! Principalmente porque naquela época não havia pixação deliberada nos pavilhões, por mais que ela também possa ser considerada como forma de expressão legítima e até de arte. Talvez os resultados das antigas bienais deveriam ter sido melhor divulgados e até ensinados nas salas de aula. Mas sou um otimista e acho que ainda dá tempo. Até a próxima!

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