sábado, 21 de novembro de 2009
Di Cavalcanti - O Pintor do Brasil
Foi o idealizador da Semana de Arte Moderna de 1922, quando à época morava em São Paulo, onde frequentou o curso de Direito nas Arcadas do Largo São Francisco e trabalhava também como ilustrador. Foi também em São Paulo que realizou sua primeira individual em 1919.
Em 1923 foi para Paris, onde teve contato com a vanguarda artística mundial, travando conhecimento com vários artistas, principalmente Pablo Picasso. Retornando ao Brasil, trabalhando ora no Rio, ora em São Paulo como ilustrador, Di começou a se preocupar muito com os aspectos sociais de seu país, vindo a se filiar em função disso ao Partido Comunista, o que lhe rendeu a necessidade de viver escondido em Paquetá e depois em Mangaratiba devido à perseguição política, juntamente com sua esposa Noêmia Mourão, a qual tinha sido sua aluna. A vida política agitada, contudo, não o impedia de pintar e expor suas pinturas, tanto no Brasil como no exterior, além de continuar o trabalho de ilustrador e caricaturista.
Di Cavalcanti foi pintor, desenhista, ilustrador, gravador, escritor e no que tange a escultura, realizou jóias de uma beleza extraordinária. Participou de inúmeras exposições, no Brasil e no exterior, incluindo a Bienal de São Paulo e a Bienal de Veneza. Suas obras são disputadíssimas nos melhores leilões de arte do mundo e estão presentes em acervos dos mais importantes museus do Brasil e do exterior, além de seletas coleções particulares ao redor do planeta. São inúmeros os livros publicados a seu respeito o que faz de Di Cavalcanti um verdadeiro ícone da pintura nacional, que lhe valeu inclusive o justo título de "Patriarca da Pintura Moderna Brasileira".
É difícil imaginar o que seria da pintura moderna brasileira sem que Di Cavalcanti tivesse existido. A obra que criou é tão rica, vasta, variada e importante, que merece um sério esforço de registro e catalogação, o qual todo o mundo da arte espera com extrema ansiedade. Infelizmente, pelas elevadas cifras que seus quadros hoje alcançam, Di Cavalcanti deve ser um dos artistas mais falsificados no Brasil. Considero inclusive, que no caso de Di Cavalcanti, seria necessária uma séria iniciativa governamental, com a finalidade de catalogar e preservar o grande legado da obra deste grande artista. Afinal, Di Cavalcanti é uma questão de estado, pois Di Cavalcanti é Brasil.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Sotheby´s New York- Leilão de Arte Latinoamericana
Ocorreu ontem em Nova York, o leilão de Arte Latinoamericana da Sotheby's. Considerando as atuais circunstâncias, os resultados foram até satisfatórios. Destaque para a obra do brasileiro Sergio Camargo( reproduzida acima), "Relevos", de dimensões 170x115cm, que foi arrematada pelo valor de US$ 1.594.500, um verdadeiro recorde, principalmente se considerarmos a estimativa inicial de US$ 350.000 a US$ 450.000. Ela só foi superada no evento pela obra de Matta, Endless Nudes, capa do catálogo do leilão, que foi arrematada por US$ 2.490.500. Outras obras de brasileiros como "Raízes" de Frans Krajcberg e "Jogo da Velha" de Cildo Meireles também encontraram compradores pelos valores nada desprezíveis de US$ 146.500 e US$ 170.500 respectivamente, numa noite que movimentou um total de US$ 14.764.250 em vendas. A arte latinoamericana, principalmente a brasileira, agradece.
domingo, 8 de novembro de 2009
Fulvio Pennacchi - Pintor italiano, artista brasileiro
Se integrando aos poucos à comunidade italiana paulistana, trabalhou no ateliê do escultor Galileo Emendabili e em 1935 participa de exposição no Palácio das Arcadas e no Salão Paulista de Belas Artes. As exposições foram a oportunidade para que o público e a crítica tivessem contato com o excelente trabalho artístico que Pennacchi realizava. Mesmo dentro da pintura figurativa, à qual não abandonou até o fim de sua vida, em contraposição às novas propostas que apareciam à época, ditas de vanguada, suas obras foram aceitas e admiradas com entusiasmo, dignas de opiniões muito favoráveis de críticos como Sérgio Milliet, que inclusive comprou uma das obras expostas. Pela mesma época, conhece Francisco Rebolo, com quem trava uma grande amizade, além de Aldo Bonadei, os quais juntamente com Alfredo Volpi, Mario Zanini e mais alguns formaram o famoso grupo Santa Helena, nome do Edifício que abrigava os ateliês daqueles pintores operários, de origem simples, mas muito identificados com a paisagem e com a realidade da população da São Paulo de então.
As figuras de camponeses, de gente simples em seu labor do dia a dia, além de cenas religiosas de poesia incomparável, passaram a ser as marcas registradas de Pennacchi. O desenho preciso e solto e o tratamento meticuloso dado à paleta, com a utilização de cores que remontam aos afrescos existentes em algumas cidades italianas, renderam ao artista reconhecimento e fama. As encomendas passaram a ser constantes e sua vida se transformou aos poucos. Foi professor do Colégio Dante Aleghieri e mesmo antes dos 40 anos já era considerado um mestre da pintura, o que lhe rendeu o convite para execução dos afrescos da Igreja N.Sra. da Paz em São Paulo.
As obras de Pennacchi passaram então a fazer parte de acervos de museus e de importantes coleções particulares. Executa inúmeros painéis para instituiçoes oficiais, estabelecimentos comerciais e residências particulares, principalmente na técnica do afresco, a qual desenvolveu com incomparável maestria. Participou de inúmeras exposições, individuais e coletivas, no Brasil e no extrerior, inclusive da I Bienal de São Paulo de 1951.
Casou-se posteriormente com uma das herdeiras da família Matarazzo, com quem teve oito filhos e uma vida financeira tranquila, quando não precisou mais vender seus quadros para subsistir. Veio a falecer em 1992, deixando um acervo enorme e um legado de amor ao ofício de pintor e à atividade de artísta múltiplo, uma vez que também gravou, esculpiu e realizou obras em cerâmica de um bom gosto inconfundível.
Sua obra hoje está sendo catalogada pelos filhos Valério e Giovanna, os quais darão sem dúvida o destaque que toda a vida de Fúlvio Pennacchi merece.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Saint Clair Cemin - Artista brasileiro internacional
Saint Clair é hoje um dos nomes mais lembrados e comentados no eixo Nova York - Paris, quando o assunto é, principalmente, escultura contemporânea. Não que sua obra gráfica e desenhos não tenham importância, longe disso, mas é justamente na escultura onde Saint Clair vem se destacando cada vez mais, com suas obras frequentando acervos de grandes museus e importantes coleções particulares, além de monumentos em locais públicos. Navegando muitas vezes, como eu particularmente consigo definir, por um "surrealismo contemporâneo", Saint Clair lança mão de materiais diversos como mármore, metal, madeira, fibra de vidro e plástico para traduzir suas idéias e visão do mundo em esculturas e instalações que chamam a atenção não só pela técnica empregada mas como pela originalidade.
-S.M.A.K., Stedelijk Museum voor Actuele Kunst,
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
7a. Bienal do Mercosul
"A 7ª Bienal do Mercosul começa em março de 2008, com o lançamento de um processo inédito para seleção do curador-geral. O concurso, aberto a profissionais de todo o mundo, recebeu 67 propostas para avaliação, vindas de candidatos de mais de 20 países. O método adotado marcou uma nova etapa evolutiva da Bienal do Mercosul, tornando mais dinâmica e transparente a escolha do curador.A proposta escolhida, assinada pelos curadores Victória Noorthoorn e Camilo Yáñez, atendeu às metas da Fundação Bienal do Mercosul:
• Foco na contribuição social, buscando reais benefícios para os seus públicos, parceiros e apoiadores;
• Contínua aproximação com a criação artística contemporânea e seu discurso crítico;
• Transparência na gestão e em todas as suas ações; • Prioridade de investimento em educação; e,
• Estabelecimento da Bienal como referência nos campos da arte, da educação e pesquisa nessas áreas.
Em linhas gerais, Noorthoorn e Yáñez propuseram um conceito de bienal que determina uma participação efetiva dos artistas que a compõem, valendo-se de sua energia criativa para refletir sobre o papel que representam. O projeto envolve os artistas na própria concepção da Bienal: considerados como atores sociais e constantes produtores de sentido crítico, os artistas serão responsáveis por conceituar formatos de exibição, o projeto pedagógico e as políticas editoriais do evento.A equipe curatorial da 7ª Bienal do Mercosul está integrada pelos seguintes curadores:
Curadores-gerais: Victoria Noorthoorn (Argentina) e Camilo Yáñez (Chile)
Curadora pedagógica: Marina De Caro (Argentina)
Curadores adjuntos: Roberto Jacoby (Argentina), Artur Lescher (Brasil), Mario Navarro (Chile) e Laura Lima (Brasil)
Co-curadora Radiovisual: Lenora de Barros (Brasil)
Curadores editoriais: Erick Beltrán (México) e Bernardo Ortiz (Colômbia)
A 7ª Bienal do Mercosul é uma plataforma aberta de comunicação sobre o estado das artes mais experimentais e críticas do continente, em diálogo com o mundo. Para a Fundação Bienal do Mercosul, esta Bienal vai promover ações pensadas para envolver o público em um processo contínuo de aproximação e diálogo, abrindo espaço para que as contribuições da Bienal à comunidade sejam positivas e crescentes a cada edição. Este contínuo projeto de renovação e ampliação se constitui num enorme investimento, cujos resultados não se restringem ao presente, mas serão percebidos também no futuro. "
Com aproximadamente 200 artistas, vale a pena uma ida a Porto Alegre e visitar a Bienal, cuja importância aumenta a cada edição, para se ater às tendências da arte brasileira e latinoamericana.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Valdir Sarubbi - Lembram dele?
Valdir Evandro Sarubbi de Medeiros nasceu em Bragança, estado do Pará, no dia 10 de Outubro, e estaria completando 70 anos. Foi pintor, desenhista, gravador e professor. Entre 1958 e 1962, cursa a Faculdade de Direito e entre 1969 e 1970, a Faculdade de Arquitetura, ambas em Belém (Pará). Em 1971, muda-se para São Paulo. Em 1986, desenvolve o Projeto Arte e Educação, como artista residente na Unicamp em Campinas (São Paulo). Em 1990, realiza a instalação do painel permanente denominado Meditação Labiríntica, na Estação Barra Funda do Metrô de São Paulo. Entre as exposições de que participa, destacam-se: XI e XII Bienal Internacional de São Paulo, 1971/1973; Salão Paulista de Arte Contemporânea, São Paulo, várias edições entre 1971 e 1975; Bienal Nacional, São Paulo, 1972/1974 (Prêmio Brasil Plástica, 1972); Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP, São Paulo, várias edições entre 1974 e 1990; O Desenho como Instrumento, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1979; Bienal Latino-Americana, Havana (Cuba), 1984; 4ª Bienal Nacional de Santos, 1993. Em 2006, a DAN Galeria realizou uma exposição de Sarubbi com obras realizadas de 1970 a 1990.
Vários museus e coleções particulares no Brasil e no exterior possuem obras de Sarubbi, artista cuja memória merece ser resgatada, o que com certeza ocorrerá. É uma mera questão de tempo.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Aldir Mendes de Souza - A geometria e a cor
Médico de profissão e artista por paixão, Aldir trouxe para as telas um sentimento de alegria constante, digno de quem sempre esteve de bem com a vida, mesmo nos últimos instantes, quando ela, a vida, se esvaía, consumida pela leucemia. Ele, médico, não curou a si mesmo, mas pintou a si de certa forma, executando as últimas telas de sua vida baseadas nos mielogramas de seus exames médicos ( exames de medula óssea).
Foi também um pioneiro na denúncia pela arte da devastação do planeta e sua degeneração pela poluição. O avanço da cidade sobre o campo e a degradação da qualidade de vida do ser humano sempre foram possíveis de serem percebidas em muitas de suas composições. Aldir foi um artista com "A" maiúsculo, um colorista de primeira e um pintor como poucos. Acredito que num futuro não muito distante, a crítica e o público colocarão Aldir no merecido lugar, aquele reservado aos grandes mestres da forma e da cor, cujas obras exalam vida e cujas vidas exaltam, pela arte, o amor.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Sörensen - A poesia da cor
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Gilberto Salvador - Um Mestre Contemporâneo
Gilberto Salvador -"Solar Composto", 80x180 cm, datada de 1999
Além de artista plástico dos mais completos, Gilberto Salvador é arquiteto e professor universitário. Em complemento às obras que produziu, levou também suas idéias e conceitos em palestras e conferências proferidas no meio artístico brasileiro. Seu espírito é inquieto, seu instinto criador é fértil e seu trabalho é de artesão dedicado. Em seu ateliê extremamente profissional e organizado, dá asas à imaginação realizando obras delicadas e bem elaboradas, ricas em detalhes que espelham sua maestria: do papel artesanal para as gravuras ao fino acabamento de suas pinturas, passando pelos recortes, colagens e densos depósitos de pigmentos de seus quadros e elementos que tangem ao escultórico, buscando a tridimensionalidade tão almejada desde os primórdios. Como escultor, realizou obras importantes, uma das quais, com o título de "O Vôo de Xangô", está na Estação Jardim São Paulo do Metrô da capital paulista.
As obras de Gilberto Salvador já integram os acervos de importantes coleções particulares e museus como o Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado, o MASP - Museu de Arte de São Paulo, MAM SP -Museu de Arte Moderna de São Paulo e a Pinacoteca do Estado de São Paulo entre outros.
Entre as suas inúmeras exposições individuais e coletivas, destaque para a Bienal de São Paulo(67,77 e 91) e a Bienal Iberoamericana de Arte no México(98).
A partir de 12 de Setembro de 2009, acontece a "Gênesis no Museu da Casa Brasileira", exposição reunindo 30 peças tridimensionais de Gilberto Salvador, organizada por sua esposa e marchand, Ana Claudia Roso, com lançamento conjunto de um livro sobre a exposição e o artista. Vale a pena visitar pois Gilberto Salvador é sem sombra de dúvida um dos grandes nomes da arte contemporânea brasileira.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Salão da Hebraica em São Paulo
sábado, 8 de agosto de 2009
Leilão de Agosto da Bolsa de Arte do Rio de Janeiro
O leilão oferecerá ainda obras de Pancetti, Portinari, Tarsila, Bonadei e Djanira entre muitos outros artistas, que justificam uma visita e uma consulta ao catálogo, que está "on line" no site www.bolsadearte.com . É sempre bom lembrar que as obras comercializadas pela Bolsa de Arte, passam a ser, quase sempre, referências no mercado, aumentando ainda mais a importância do evento. Bom leilão!
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Leilão de Agosto da Pro Arte em São Paulo
A obra reproduzida abaixo, "Músicos" de Clóvis Graciano, pertencente a uma das melhores fases do artista, e que com certeza será disputada no leilão, é a que nos chega no convite.
O caro leitor pode ter acesso ao catálogo "on line" através do site http://www.proartegaleria.com.br/ . E não hesite em dar uma passada pelo leilão na próxima segunda-feira, pois sempre haverá uma boa oportunidade. Boas compras!
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Bruno Giorgi - Um Escultor do Modernismo Brasileiro
Realizou muitas exposições, individuais e coletivas, no Brasil e no exterior, incluindo as Bienais de São Paulo e de Veneza, conquistando renome internacional. Realizou uma série de esculturas para Brasíia em 1959/1960, onde a obra "Candangos" , reproduzida abaixo, é um dos símbolos da cidade.
sábado, 25 de julho de 2009
Alfredo Volpi e as bandeirinhas
Volpi era, além de um grande artista, um grande artesão e trabalhador. Fazia o que gostava e gostava do que fazia. Isso é perceptível em cada detalhe de seus quadros. A evolução de sua obra ao longo de sua carreira, mostra como a visão que o artista tem do mundo se transforma com o tempo, e o que das impressões que o meio lhe causam são transportadas para as telas. No caso de Volpi, o seu compromisso maior acabou sendo com a cor. A geometria obtida com as chamadas "bandeirinhas", foi o estágio final de uma linguagem que buscava transmitir sensações cromáticas equilibradas ao observador. A bem da verdade, só o próprio artista sabia no seu íntimo o que realmente via e buscava nas suas telas. As bandeirinhas eram na verdade, quadrados ou retângulos dos quais se tiravam um triângulo. Seus arcos talvez fossem estágios finais de uma visão dos arcos das portas de suas fachadas, que por sua vez foram paisagens e casarios que aos poucos perderam a perpectiva e ganharam representação em apenas duas dimensões. Uma vez questionado sobre as bandeirinhas que pintava, exclamou:"Mas eu não pinto bandeirinhas. Quem pinta bandeirinhas é o Pennacchi". Desta expressão podemos obter muitas respostas para entender quem foi Alfredo Volpi.
Muitas das pessoas que hoje conhecem ao menos o nome Volpi, o relacionam diretamente com as tais bandeirinhas, e não tem conhecimento do longo caminho trilhado pelo artista, que começou pintando figuras e paisagens em pedaços de papelão e tampas de caixas de charuto, como a reproduzida abaixo, possivelmente pintada em Itanhaém, na qual se percebe a maestria de execução. Pinceladas rápidas, precisas e com impasto generoso, extraindo da paisagem todas as impressões que lhe agradavam, com uma qualidade alcançada por poucos. Realmente coisa de mestre.
Na verdade, para os mais desavisados, é difícil estabelecer uma relação entre as paisagens e por exemplo a obra abaixo reproduzida, Menino Jesus com o globo na mão, onde a figura e a geometria se misturam.
E por fim, uma de suas composições com bandeirinhas, o seu estágio final, pelo qual Volpi se tornou mundialmente conhecido. Nesta obra, chamada de "Ogiva" vê-se o coroamento de uma carreira de mais de 70 anos de pintura, de um artista que amou intensamente o que fez e deixou um legado de trabalho expresso em telas, hoje muito disputadas por colecionadores do Brasil e do exterior.
Volpi é sem sombra de dúvida, um dos maiores artistas que este Brasil já viu, e sua obra, mesmo já tendo sido tão estudada, ainda com certeza merecerá novas análises, pois o conteúdo pictórico e o repertório de criação que carrega é quase que inesgotável.
domingo, 19 de julho de 2009
Leilão Renot de Agosto 2009
Outro destaque é o enorme óleo(1,87x2,10m) de Mario Gruber reproduzido abaixo, "Três músicos", de 1972, cuja estimativa é de R$ 60 a R$ 80mil, e que fala por si.
O leilão está ainda rechedo de boas peças de artistas como Cícero Dias, Arcângelo Ianelli, Ismael Nery e Manabu Mabe entre muitos outros. Vale a pena conferir. O leilão será nas dependências da galeria, que fica na Alameda Ministro Rocha Azevedo, 1327, nos Jardins em São Paulo. Mais informações no site www.renot.com.br e boas compras.
domingo, 28 de junho de 2009
Sotheby's London - Resultado do leilão
O resultado geral do leilão foi razoável para o momento que atravessamos. Obras de Giacometti, Paul Signac, Magritte, Leger e outros, trocaram de mãos por cifras razoavelmente altas, dentro ou acima das estimativas, o que continua mostrando a seletividade praticada pelos colecionadores com a atual conjuntura. Acredito que com a diluição da crise ao longo dos próximos meses, não só a liquidez será melhor como também os preço devem voltar a subir. Com os grandes magnatas da Rússia e do oriente em aparente "hibernação", o mercado tem tudo para uma nova reação quando eles "acordarem" em futuro breve. É esperar para ver.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Sergio Telles - O diplomata da cor
Sergio Telles é também desenhista e gravador de primeira. Editou pela Wildenstein álbuns de águas-fortes, serigrafias e litografias, como "Portugal", "Póvoa do Varzim" e " A festa do Mangue". Nas pinturas, retratou, entre outros lugares, Paris, cidade onde viveu por muitos anos, Portugal, Itália, Bélgica, Holanda, Espanha, Uruguai, Argentina e o Brasil quase que de "cabo a rabo". Pintou em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Pará e Amazonas. A série de pinturas realizadas em Porto Seguro mereceram inclusive um livro com textos de Jorge Amado. Quanto aos motivos, paisagens, naturezas mortas e cenas de interior foram tratados com maestria pelas impacientes e hábeis mãos do pintor.
O artista completou em Abril de 2009, 73 anos de uma existência rica e extremamente produtiva. Sergio Telles trabalhou em quase tudo, pintou de tudo, viajou o mundo e deu às nossas vidas um novo colorido. Sua obra cheia de vigor e cor, nos faz sentir frio ou calor, ou ouvir os sons e burburinhos do Sena e seus transeuntes, ou do mar e seus banhistas inundados pela luz, de um sol para sempre a brilhar, agradecido aos pincéis de um artista que pinta o que gosta e gosta de pintar.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Obras de arte roubadas, recuperadas
Fonte: O Estado de São Paulo - Ag. Estado.
Outra pintura roubada desde 2002 que reapareceu em um leilão na região dos Jardins em São Paulo esta semana, foi o Volpi reproduzido abaixo, Vaso de Flores, que foi levada à época por assaltantes, da coleção Mastrobuono de São Paulo. A trilha percorrida pela obra será agora refeita, como tentativa de se chegar aos criminosos. Estes dois casos, principalmente o ocorrido no Brasil, demonstram a necessidade de talvez se tornarem públicas as informações sobre obras roubadas, para evitar que comerciantes sérios sejam iludidos por pessoas que forjam informações sobre procedência de obras de arte. Com a Internet à disposição de todos, talvez não fosse difícil. Existem alguns sites que já tentam fazer uma compilação, pricipalmente no exterior, onde a Interpol mantém, de forma atualizada, um banco de dados com obras roubadas.
Fonte da imagem: site ACLO
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Picasso na Sotheby's London
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Arte Latinoamericana na Sotheby's New York
Outro artista brasileiro cuja obra não refugou diante das dificuldades e incertezas do mercado de arte internacional foi Cildo Meireles, que teve a técnica mista "Jogo da Velha Série C3B", reproduzida abaixo, vendida por US$ 98.500, diante de uma estimativa inicial de US$ 60 a 80 mil.
De maneira geral, o resultado do leilão, que faturou um total de US$ 9.442.625, com aproximadamente 60% dos lotes vendidos, deixou a desejar. Obras de artistas de peso como Wifredo Lam, Siqueiros entre outros notáveis, não encontraram comprador. O fato provoca ao menos a reflexão: consequência da crise ou baixa qualidade das obras oferecidas?
Quanto a nós brasileiros, continuamos esperando um trabalho de divulgação sério de nossa arte, que com certeza tem muito a oferecer ao mundo. Até a próxima.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Arcângelo Ianelli - O adeus ao mestre
Já há muito tempo que Ianelli vinha sendo homenageado pela sua magnífica obra. Inúmeras foram as exposições retrospectivas, com destaque para as que se deram na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2002 e do MAB FAAP em 2004. Nesta última, com o nome "Os Caminhos da Figuração", com curadoria dos filhos do artista Kátia e Rubens, foi mostrada de forma consistente, parte da transição que a obra do artista sofreu ao longo dos anos, caminhando para a abstração. O belíssimo catálogo editado à época é, inclusive, peça indispensável na biblioteca de quem admira o artista.
Arcângelo Ianelli foi além de pintor um desenhista e gravador de primeira. Sua obra contém além de telas e obras em papel algumas colagens e técnicas mistas como a reproduzida acima da dec. de 70, que apresentam resultados surpreendentes apesar da simplicidade de execução. Foi um mestre e seu reconhecimento só tende a aumentar, pois como homem discreto e humilde, nunca fez muita questão de publicidade. A fama veio pela qualidade do trabalho realizado. Um trabalho de artesão, executado com cuidado e amor nos mínimos detalhes.
A curadoria da obra do artista está hoje a cargo de Kátia Ianelli, filha do artista, a quem também nos unimos, e aos demais familiares, neste momento de tristeza pelo passamento deste grande homem e artista que foi Arcângelo Ianelli mas, com a certeza de que lá no céu sua obra continua, pois, como ele mesmo disse: "Não há morte para os que delegam ao objeto da criação o poder da vida". Saudades de Ianelli.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Bolsa de Arte do Rio de Janeiro - Leilão de Maio II
No próximo dia 23 de Maio de 2009, realizado o leilão de Design, Fotografia e Arte Contemporânea pela Bolsa de Arte do Rio de Janeiro. Neste leilão, cujo catálogo possui formato diferenciado, a maior parte das peças são móveis de design, assinados por grandes nomes como Sergio Rodrigues, Geraldo de Barros, Zanine, Tenreiro e muitos outros. Quanto às fotografias, uma excelente seleção com nomes como Miguel Rio Branco, Elliot Erwitt e Martin Parr entre mais alguns de renome internacional. Na arte contemporânea estão presentes entre outras, obras de artistas consagrados como Jeff Koons, Damian Hirst, Palatnik, Rubem Ludolf, Leonilson e Beatriz Milhazes, autora da serigrafia reproduzida acima, "Serpentina", que possui estimativa de R$ 60.000 a R$ 80.000. O leilão será na R. Oscar Freire, 379 em São Paulo e vale a pena conferir.
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Bolsa de Arte do Rio de Janeiro - Leilão de Maio
Além das obras comentadas, o leilão conta ainda com uma bela seleção de obras de artistas modernos como Portinari, que comparece também com um Cangaceiro, e Pancetti entre outros. Artistas contemporâneos como Tunga, Leda Catunda e mais alguns também estão presentes e requerem a atenção do leitor que deseja fazer algum bom negócio. Acreditamos que será um sucesso e que ajude a mandar embora os ventos de crise que ainda sopram por aqui.
Sotheby's New York - Arte Latinoamericana
O que tento entender é o fato de apenas algumas poucas obras de artistas brasileiros participarem do leilão, aliás como sempre tem acontecido. Acredito que seja por falta de divulgação de nossos principais artistas, que com isso não têm a atenção despertada por parte dos colecionadores internacionais. Entre os brasileiros representados estão também Di Cavalcanti, Mira Schendel e Cildo Meireles. Muito pouco pela qualidade que nossa arte brasileira apresenta. Comentaremos depois os resultados.
Portinari e Tarsila - Obras recuperadas
Pelas informações iniciais as peças não sofreram grandes danos e acredito que os ladrões perceberam a situação complicada em que se meteram. Não iriam conseguir vender essas pinturas a ninguém.
Começamos o dia muito bem. Até a próxima!
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Portinari e Tarsila roubados em São Paulo
O outro Portinari, reproduzido também abaixo, Retrato de Maria, executado na década de 30, possui execução com menos material depositado o que pode fazer com que se conserve melhor e resita aos maus tratos.
O quadro de Tarsila que foi roubado, é Figura em Azul, de 1923, pintado quando da permanência da pintora em Paris, antes até de frequentar o ateliê de Fernand Leger. É uma peça importante pois foi pintada em uma fase imediatamente posterior à Semana de Arte Moderna, da qual Tarsila não participou diretamente mas de cujos ideais comungava plenamente.
As obras roubadas tiveram seus valores estimados em R$ 3,5 milhões, e em minha opinião, vai ser difícil os ladrões acharem algum comprador para elas, mesmo no chamado "mercado negro". Espero mesmo que esses indivíduos, a partir do alarde realizado pela imprensa, se arrependam e devolvam as pinturas, que no caso em questão, mais que bens de valores estimáveis, são patrimônio da humanidade que correm o sério risco de se perderem por maus tratos e falta de cuidados. Rezemos para que sejam recuperadas em bom estado.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Christie's New York - Resultados do leilão de arte moderna e impressionista
As vendas totais alcançaram a nada desprezível soma de US$ 102,7 milhões, quando 39 dos 50 lotes colocados à venda foram vendidos(78%). Várias obras alcançaram preços extraordinários como o pastel de Edgard Degas "Aprés le bain, femme s'essuyant", que foi arrematado por US$ 5,9 milhões e a obra "Portrait de Madame M." de Tamara de Lempicka, que foi vendida pelo valor de US$ 6,13 milhões.
Interessante notar que algumas obras de mestres impressionistas, da mesma forma como já ocorrera na Sotheby's no dia anterior, foram vendidas por preços bem acima de suas estimativas iniciais, indicando uma boa disputa e que talvez estejamos certos, quando dos comentários feitos sobre o leilão ocorrido na Sotheby's. Podemos citar como exemplo a obra de Camille Pissarro reproduzida abaixo, "La cuillette de pommes", que de uma estimativa inicial de US$ 1,4 a 1,8 milhões, foi vendida por US$ 3,33 milhões.
O que reforça nosso argumento da procura de qualidade por preço conveniente é que obras de artistas como Matisse, Gauguin, Gros e até pré-impressionistas como Corot, encontraram compradores, sendo que alguns deles até com boa disputa. Será interessante esperar e ver também como serão os leilões de arte latinoamericana das duas maiores casas, Sotheby's e Christie's, previstos para o final deste mês de maio. Temos a esperança de que os colecionadores internacionais voltem suas atenções para a arte latinoamericana, ainda, em minha opinião, pouco reconhecida dentro do contexto internacional do mercado de arte. A alta qualidade e importância histórica das obras latinoamericanas falar por si. Vamos aguardar.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Resultados do Leilão da Sotheby's New York
Outra obra que superou em muito as expectativas, foi "Composition in black and white with double lines", de autoria de Piet Mondrian, que de uma estimativa inicial de US$ 3 - 5 milhões, saltou para US$ 9,266 milhões. O que se pode concluir é que o mercado de arte fina mundial está realmente priorizando a qualidade, mas exigindo, no mínimo, estimativas mais adequadas à situação financeira mundial. Claro que sempre existe nessa exigência um "quê" de especulação, pois que tem dinheiro para investir em arte, vai tentar fazê-lo render ao máximo, colocando um pouco as paixões de lado. Em minha opinião, o mercado está começando a apresentar uma racionalidade salutar. Como consequência, vejo que obras de pintores impressionistas estão sendo consideradas "baratas" em função de sua importância dentro do contexto da arte mundial. Outro fator que indica esta tendência, está sendo a queda apresentada nas vendas de arte contemporânea, cuja solidez ainda está por ser testada. Vamos aguardar e ver o que no que vai dar mas se o leitor quiser arriscar, acredito que se comprar uma obra impressionista ou mesmo pós-impressionista ( Marquet, Matisse e etc), dificilmente deixará de ganhar um bom dinheiro no futuro, claro, se a intenção for investimento. Se o retorno esperado da compra for a contemplação, aí o retorno é incalculável.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Camille Pissarro - Um dos pilares do Impessionismo
Pissarro pintou na Inglaterra, onde se estabelecera fugindo da guerra de 1870, lá reencontra Monet e vem a conhecer o marchand Paul Durand-Ruel, que logo lhe compra duas telas, aliviando as dificuldades do artista. Não é à toa que Durand-Ruel seria chamado mais tarde de o "São Vicente de Paulo dos Impressionistas".
Participa em 1874 com seus companheiros impressionistas da exposição no estudio do fotógrafo Nadar, e também recebe duras críticas, que muito o magoaram. Afinal, era um dos que mais pesquisava, experimentava e tentava captar a realidade das paisagens que pintava e não se conformava com a incompreensão do público e de boa parte da crítica. Mesmo assim, nunca parou de pintar e experimentar. Tinha um coração grande e sensível o que também fazia com que se preocupasse com os amigos, mesmo passando por sérias dificuldades materiais, como por exemplo com o pintor Guillaumin, que o tinha como um protegido. No campo pictórico, deu muitos conselhos a Cézanne, que o tinha como o maior conhecedor da técnica pictórica e a quem deve também o desenvolvimento de uma paleta espetacular.
Na década de 1880, da mesma forma como aconteceu como Monet e Renoir, Pissarro busca um novo estilo que o satisfaça, algo diferente que tranquilize seu espírito inquieto de contínua busca, experiência e aprendizado. Com isso atravessa um período pintando em estilo pontilista, com justaposição das pinceladas em forma de vírgula, decompondo os tons, algo baseado nas teorias de Chevreul, Maxwell e Road, onde as cores justapostas de um tom decomposto poderiam se fundir na retina do observador, obtendo assim o efeito visual desejado de unidade de tom. A experiência nesse estilo é relativamente curta, o que não o impediu de realizar belas obras.
Nos últimos anos, até sua morte em 1903, Pissarro pintou em Eragny, em Dieppe e principalmente Paris, onde registrou em suas telas magnificas paisagens do Sena e algumas de suas pontes, em tons ocres a azuis suaves, de um encanto formidável.
Em próximas postagens, voltarei a comentar sobre outros importantes artistas pertencentes ao movimento impressionista. Até breve!
sábado, 2 de maio de 2009
Claude Monet - O grande mestre impressionista
Claude Oscar Monet nasceu em 14 de novembro do ano de 1840, na Rue Lafitte em Paris. Para tentar melhorar de vida sua família muda-se para Le Havre, onde já em 1855, aos quinze anos, Monet começa a fazer suas primeiras caricaturas, justamente das pessoas que frequentavam o porto. A habilidade do jovem artista logo foi reconhecida pela população local, que no lugar de se sentirem contrariados pelas caricaturas e a eventual zombaria que poderiam gerar, divertiam-se com elas e o incentivava comprando-as por até 20 francos cada uma. Esse pequeno sucesso permitiu ao jovem Monet juntar um pequeno "pé de meia" e mudar para Paris para estudar desenho e pintura, inclusive com incentivo dos pais, pouco tempo depois de já ter sido iniciado na pintura de paisagem pelo mestre Eugène Boudin, quando inclusive expôs em Rouen junto com seu professor o quadro "Vista de Rouelles".
Em Paris, frequentando inicialmente um ateliê livre, Monet conhece Pissarro, outro dos que viriam a se tornar um dos grandes mestres impressionistas. Sempre mais afeito às paisagens do que a outros motivos, a pintura " a plein air" o cativava e o estimulava cada vez mais. Em 1862, entra no ateliê do pintor suiço Charles Gleyre, onde conhece Renoir, Bazille e Sisley. Pronto, a base do grupo impressionista estava formada. Pintou com seus amigos pelos arredores de Paris e nas cidades vizinhas. Alguns quadros pintados por ele e Renoir são inclusive muito parecidos, principalmente os executados em Argenteuil. Expõe no Salão de Paris e arranca de Zola grandes elogios. Seu reconhecimento aumenta gradativamente, assim como suas dificuldades financeiras. Em 1870 casa-se com Camille Leónie Doncieux. Em 1874, juntamente com seus companheiros impressionistas, realiza a primeira exposição do grupo, no estudio do fotógrafo Nadar, no Boulevard des Capucines, onde expõe o quadro reproduzido abaixo, " Impression - Soleil Levant", que valeu a Monet e todo o grupo severas críticas de Louis Leroy no jornal Charivari, quando inclusive o termo "impressionista" aparece, em referência ao nome do quadro exposto.
Hoje em dia, "Impression - Soleil Levant" é um dos maiores ícones da história da arte mundial e considerada uma das obras de arte cujo valor é muito difícil de se estimar. Digamos que tem um valor incalculável.
A pintura impressionista de Monet é clara e vigorosa. Seus toques de pincel são rápidos, nervosos e precisos, captando as cenas com uma exatidão fabulosa, capaz de até ser possível de se estabelecer o horário em que a pintura foi feita. Algumas telas de séries realizadas pelo artista vinham inclusive com o momento do dia em que foram pintadas agregado ao nome. Algo importante a se salientar também, é que a qualidade de algumas obras pintadas melhorou com o tempo. Existem algumas cenas de regatas de Argenteuil que parecem ainda frescas, recém pintadas, mesmo já tendo mais de cento e trinta anos.
Em 1879, morre sua esposa Camille. Passa um período difícil mas graças a amigos colecionadores e principalmente ao marchand Durand Ruel consegue superar as dificuldades. Em 1890, adquiri a propriedade em Giverny, onde seriam pintadas as séries das famosas Ninféias, como a obra reproduzida abaixo.
Em 1891, uniu-se formalmente a Alice Hoschedé, com quem já se relacionava. Entre 1892 e 1893 pinta a famosa série da Catedral de Rouen e desde esse período até 1903, sofre muito com a perda de entes queridos como a enteada Suzanne e os pintores e amigos de juventude Sisley em 1899 e Pissarro em 1903.
De qualquer forma, continua pintando. Pintou pela França, na Inglaterra e na Itália, enquanto sua visão permitia. Perde sua companheira Alice em 1911 e acometido de catarata, em torno de 1915, começa a perder a vista gradativamente. Pinta os grandes painéis das ninféias, tendo inclusive construído um novo ateliê muito mais amplo, encorajado pelo amigo Clemenceu, para poder abrigá-los.
Com o mal da visão piorando, volta a pintar a "plein air", para que fosse possível enxergar a paisagem, e executa grandes telas, como já que num prenúncio de abstração. Nos últimos anos de vida, continua pintando quase que num isolamento total e vem a falecer em decorrência de um câncer em 1926.
Por ironia do destino, as telas de Claude Monet, que passava grandes dificuldades financeiras quando pintava encorajado pelo ideal impressionista, hoje valem milhões de dólares. Exemplo, é a obra acima "Dans le praierie", executada no mais característico estilo impressionista, que foi recentemente arrematada na Sotheby's de Londres por uma soma equivalente a US$ 16 milhões. Difícil imaginar o que Monet deve estar pensando lá em cima, mas uma gargalhada deve ser inevitável.
A obra de Claude Monet foi catalogada por Daniel Wildenstein, que editou o catálogo raisonné em 1996, em quatro volumes e o Wildenstein Institute de Paris é quem certifica e dá pareceres sobre as obras de Monet. O MASP - Museu de Arte de São Paulo, possui em seu acervo as obras "Canoa sobre o Epte" e a " Ponte Japonesa em Giverny", e também sediou a grande exposição de Monet no Brasil em 1997. Seria necessário escrever muito mais sobre este grande artista que foi Claude Monet, mas vou reservar um pouco de energia para outros importantes nomes do impressionismo francês que pretendo publicar em breve. Até lá!