Ontem ocorreu em Nova York, o leilão de arte impressionista e moderna da Sotheby's, a tão esperada "evening sale", com as obras consideradas de maior importância e preço. Infelizmente, a estrela da noite e capa do catálogo, a pintura de Pablo Picasso "La fille de l'artiste à deux ans et demis avec un bateau" não foi arrematada. Outra peça cara da noite, uma escultura de Alberto Giacometti, "Le Chat", que possuía a mesma estimativa do Picasso, ou seja, US$ 16 a US$ 24 milhões, também não encontrou comprador, na noite em que as vendas totais chegaram a US$ 61,37 milhões e 29 dos 36 lotes oferecidos foram vendidos(80%). Não foi nada mau, mas poderia ter sido muito melhor se as duas obras mais caras da noite, descritas acima, tivessem sido vendidas. Em compensação, as obras do quarteto base do Impressionismo, Monet, Pissarro, Renoir e Sisley, encontraram compradores e com disputa, pois seus valores ultrapassaram, e bem, as estimativas iniciais. A obra reproduzida abaixo por exemplo, "Claude Monet e Mme Henriot", de autoria de Pierre-Auguste Renoir, cuja estimativa estava entre US$ 1,5 e US$ 2 milhões, foi arrematada por mais de US$ 3,2 milhões.
Outra obra que superou em muito as expectativas, foi "Composition in black and white with double lines", de autoria de Piet Mondrian, que de uma estimativa inicial de US$ 3 - 5 milhões, saltou para US$ 9,266 milhões. O que se pode concluir é que o mercado de arte fina mundial está realmente priorizando a qualidade, mas exigindo, no mínimo, estimativas mais adequadas à situação financeira mundial. Claro que sempre existe nessa exigência um "quê" de especulação, pois que tem dinheiro para investir em arte, vai tentar fazê-lo render ao máximo, colocando um pouco as paixões de lado. Em minha opinião, o mercado está começando a apresentar uma racionalidade salutar. Como consequência, vejo que obras de pintores impressionistas estão sendo consideradas "baratas" em função de sua importância dentro do contexto da arte mundial. Outro fator que indica esta tendência, está sendo a queda apresentada nas vendas de arte contemporânea, cuja solidez ainda está por ser testada. Vamos aguardar e ver o que no que vai dar mas se o leitor quiser arriscar, acredito que se comprar uma obra impressionista ou mesmo pós-impressionista ( Marquet, Matisse e etc), dificilmente deixará de ganhar um bom dinheiro no futuro, claro, se a intenção for investimento. Se o retorno esperado da compra for a contemplação, aí o retorno é incalculável.
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