terça-feira, 28 de abril de 2009

Tadashi Kaminagai - Um grande artista

Tadashi Kaminagai, nasceu em Hiroshima no Japão em 1899. Decidiu-se na verdade pela vida artística apenas aos vinte e sete anos. Antes disso, desde muito jovem, trabalhou na Indonésia como plantador de arroz e milho, apanhador de coco e extrator de borracha.
Já na mais tenra idade fora atraído pela pintura e com o firme propósito de ser artista, rumou para Paris, centro artístico mundial da época. Lá, com a ajuda de Foujita, seu compatriota, sobreviveu como mestre moldureiro, trabalhando para artistas da envergadura de Henri Matisse, George Braque, Marc Chagall, Derain e Dufy, que sem dúvida lhe serviram de escola, e das melhores. Com a Segunda Guerra Mundial, é obrigado, assim como outros artistas, a sair da França, chegando dessa forma ao Brasil em 1940. Aqui, expôs em 1941 no Salão Nacional de Belas Artes e individualmente em São Paulo. Trabalhou no Rio de Janeiro, onde além de pintar exercia o ofício de mestre moldureiro, o que lhe permitiu o contato com uma série de artistas, entre os quais Portinari, de quem arrancaria rasgados elogios.

Participou das duas primeiras Bienais de São Paulo ( 1951 e 1953) e do Salão Nacional de Arte Moderna em 1952. Residiu no Brasil até 1954 quando foi para o Japão e de lá para Paris, onde se fixou definitivamente, até sua morte em 1982.

Dono de um desenho refinado e de uma técnica perfeita, com pinceladas precisas, marcadas por um "impasto" generoso, Kaminagai registrou principalmente paisagens, francesas e brasileiras em sua maioria, que retratam de um modo único e de estilo inconfundível os lugares por onde passou. Pintou também nus, retratos e naturezas mortas, onde o vigor e a autenticidade do artista sempre se fizeram presentes. A paisagem com ponte da Bretanha reproduzida abaixo, possivelmente pintada um pouco antes da vinda para o Brasil, é um ótimo exemplar da pintura cheia de vida de Kaminagai.


No Brasil, Kaminagai viajou muito e registrou magníficas paisagens na Bahia, Belém do Pará e em São Luís do Maranhão. Pintou também em São Paulo, Lins e Mogi das Cruzes, além é claro do Rio de Janeiro, onde residiu por um bom tempo. A marinha reproduzida abaixo, pintada em São Luís do Maranhão, é um exemplo da "pintura brasileira" de Kaminagai, que antes de tudo, é reconhecidamente um pintor pertencente à Escola de Paris. Alguns críticos inclusive, chegaram a fazer paralelo de sua pintura com a de Vlaminck.


Tadashi Kaminagai é citado no Benezit, o maior dicionário de artes do mundo, editado na França, e participou durante muitos anos do Salão de Outono de Paris. Sem dúvida alguma, ainda ouviremos falar muito de Kaminagai, um artista que o mundo das artes está redescobrindo.

domingo, 26 de abril de 2009

Soraia Cals e Evandro Carneiro - O dia do leilão está chegando

Gostaria de salientar aos meus leitores, que no próximo dia 28 de abril de 2009 começa o tão esperado leilão de Soraia Cals e Evandro Carneiro. Serão três noites, terminando no dia 30, quando serão colocados à venda nada menos que 461 lotes, de uma seleção de altíssima qualidade, reproduzidos em um catálogo finíssimo, com texto de Frederico Morais. O acervo à venda é quase que um perfeito corte horizontal na produção artística brasileira de todos os tempos. Temos mestres acadêmicos do século XIX como Henrique Bernardelli e Décio Villares, modernos como Guignard, Ismael Nery, Tarsila, Rego Monteiro, Lasar Segall, Antonio Gomide e Di Cavalcanti e ainda concretos, neo-concretos, abstratos e contemporâneos, com nomes da envergadura de Antonio Bandeira, Ivan Serpa, Tomie Ohtake, Beatriz Milazes e muitos mais. As estimativas vão de R$ 560,00 para uma xilogravura de Manuel Messias dos Santos a R$ 800.000,00 para o Portinari "Família", já mostrado em postagem anterior. O Di Cavalcanti reproduzido abaixo, "Mulher", da década de 40, é uma das estrelas do leilão e possui estimativa de R$ 220.000,00. Uma belíssima obra.

Soraia e Evandro também levarão a pregão obras de ótimos artistas ingênuos e naifs como Rosina Becker do Valle, Heitor dos Prazeres, Poteiro e mais alguns. Contará também com obras de alguns artistas estrangeiros como Pablo Picasso e Mane-Katz, este último, artista nascido na Ucrânia pertencente à Escola de Paris, cuja obra reproduzida abaixo "Estudante Religioso", irá a pregão com estimativa de R$ 22.000,00.

Sem dúvida será um belíssimo leilão, que só pela seleção já é um sucesso. Vale a pena acompanhar e participar, pois existem oportunidades raras ( como por exemplo algumas xilos de Oswaldo Goeldi) que podem incrementar em qualidade o acervo de qualquer colecionador. Aos que moram no Rio de Janeiro, será com certeza interessante ir ao Atlântica Business Center acompanhar pessoalmente e claro, fazer algum excelente negócio. Bom leilão a todos!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Albert Marquet - Um mestre da cor

Albert Marquet, artista ainda pouco conhecido no Brasil, nasceu em Bordeaux, cidade portuária do sudoeste da França, centro da região de mesmo nome, famosa pelos excelentes vinhos que produz. E foi o porto de Bordeaux a inspiração inicial de Marquet para a iniciação nas artes, principalmente quando ainda menino, se retirava ou mesmo se escondia, em um misto de revolta e de vergonha devido a um defeito físico na perna e pela pouca visão que possuía, e lá passava o tempo desenhando o cais, as embarcações e os personagens portuários. Seu pai Joseph, era funcionário da ferrovia, sujeito algo rude e mal humorado mas sua mãe Margueritte, era delicada e sensível e logo percebeu o talento do filho, se empenhando ao máximo para que o desenvolvesse. Para tanto, vendeu um terreno que lhe pertencia e com os recursos mudou com o já rapaz para Paris, abrindo para si uma loja e matriculando Albert na École Nationale des Arts Décoratifs, onde este veio a conhecer Matisse, com quem travou uma amizade sólida que duraria pelo resto de sua vida.
Em seguida, de 1894 a 1898, Marquet juntamente com o amigo Matisse, conseguem ser acolhidos no atelier de Gustave Moreau, na École des Beaux-Arts. Em 1899 Marquet expõe pela primeira vez, no Salão da Sociedade Nacional de Belas Artes e em 1902 tem a primeira exposição coletiva, juntamente com Matisse, na galeria de Berthe Weill em Paris, que é considerada um das "grandes descobridoras" da arte moderna. Em 1905, novamente com Matisse e mais Manguin, Camoin, Flandrin, Rouault, Valtat, Vlaminck, Friez e Van Dongen, participa do fatídico Salão de Outono, o qual pela crítica de Louis Vauxcelles lhe rende, bem como a seus companheiros, o apelido de "fauves"( selvagens, feras), numa clara alusão ao escândalo que suas obras representaram. A pintura reproduzida abaixo, "Vista de Agay, as rochas vermelhas", foi uma das obras expostas na ocasião.


Marquet viajou bastante. Pintou belas paisagens, portos e marinhas por quase toda a França, principalmente as vistas do Sena em Paris, e também na Inglaterra, Itália, Alemanha, União Soviética, Argélia, Noruega e até em Estocolmo na Suécia. Casou-se em 1923 com Marcellle Martinet, a quem conheceu em uma de suas idas à Argélia, para fugir do frio do inverno de Paris, que lhe custava resfriados intermináveis.
De sua fase "fauve", os nus que pintou de Yvonne, sua modelo predileta à época, são de uma força e de uma graça sensual maravilhosa, sendo que alguns deles, como " Nu no sofá vermelho" de 1913, reproduzido abaixo, nos fazem lembrar algumas obras semelhantes do companheiro Henri Matisse.

Albert Marquet foi também desenhista, escultor e gravador, e veio a falecer em 14 de junho de 1947, vítima de câncer, e seu corpo está sepultado no cemitério de La Frette, segundo Michèle Paret, uma de suas biógrafas, "num local escolhido por Marcelle sua esposa, no topo de uma colina dominando o Sena e as paisagens que ele tanto amou."

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Henri Matisse - Um dos mestres do "Fauve"

Em uma das postagens anteriores, comentei sobre as obras em leilão de Henri Matisse e Albert Marquet, dois dos representantes do grupo "Fauves", movimento cujo nome foi adotado a partir dos comentários feitos pelo crítico de arte francês Louis Vauxcelles, ao definir Matisse e seus companheiros pelas obras expostas no Salão de Outono de 1905. Claro que na verdade, o crítico ressaltava o escândalo que tais pinturas representavam.

Henri Matisse passou a ser a partir daquele momento, o lider do movimento "fauve" (selvagem, fera), que ainda reunia artistas como o já citado Marquet e também Manguin, Puy, Vlaminck, Derain, Friez, Van Donguen e Rouault.

Matisse nasceu em 31 de Dezembro de 1869 em Cateau Cambrésis, no norte da França, e tornou-se artista depois de ter cursado direito, para desgosto de seu pai, que o via como um homem de leis. Em Paris, frequentou a Academia Julian em 1891, onde estudou com Bouguereau. Em seguida, frequentou o atelier de Gustave Moreau na Escola de Belas Artes de Paris, onde encontra Rouault, Manguin e Camoin. Em seguida, conhece Rodin e Pissarro e se apaixona pela pintura impressionista. Logo em seguida, em contato com a obra de Signac, passa por um breve período pela pintura divisionista, mas com um traço pessoal onde as pinceladas eram retangulares e mais largas, com justaposição de cores puras complementares. A passagem para o estilo dos "fauves" foi uma mera evolução neste processo. Um colorido intenso unido a um domínio completo do desenho. O resultado foram obras de uma beleza extraordinária, sejam nas paisagens, nas naturezas mortas, nos retratos e principalmente nos nus femininos, onde toda uma sensualidade bem comportada exala das telas. O quadro reproduzido abaixo, Odalisca com faixa verde, pertencente ao Museu de Arte de Baltimore, é um exemplo claro dessa fase.


Matisse foi também escultor, desenhista, gravurista, ceramista e muralista, tendo inclusive desenvolvido toda a decoração, incluindo o crucifixo do altar e os paramentos da Capela do Rosario de Vence. Faleceu no dia 3 de Novembro de 1954 em Nice. Sem dúvida um mestre, um artista completo, e os preços alcançados recentemente por suas obras demonstram isso.

Para quem gosta do pintor e quer ter um pouco mais de intimidade com sua obra, ocorrerá de 13 de Setembro a 15 de Novembro de 2009, como parte das celebrações do Ano da França no Brasil, a exposição "Matisse Hoje", na Pinacoteca do Estado de São Paulo, com mais de 40 obras, muitas delas trazidas da França, que com certeza será imperdível.

Numa próxima postagem, comentaremos algo sobre Albert Marquet, outro grande pintor do movimento "fauve" francês. À bientôt!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Por que Picasso é "Picasso"?

Todas as vezes que publico ou comento algo sobre Pablo Picasso, sou sempre questionado a respeito da extrema valorização das obras do mais famoso pintor espanhol e quiça, do mundo. Talvez, se considerarmos que o preço de um bem está diretamente ligado à oferta e procura, a enorme fama já justifica boa parte das altas cifras alcançadas por seus quadros. Mas e esta fama, se justifica? Bem, falar de Picasso não é tão simples assim e não seria numa simples postagem que conseguiríamos esgotar o assunto. De qualquer maneira, poderemos quem sabe, fazer algumas considerações que permitam ao leitor pensar, considerar, pesquisar e acumular algum conhecimento sobre este artista, que se tornou o maior ícone das artes plásticas mundial do século XX, e que pelo jeito, mesmo tendo morrido em 1973, continua assombrando muita gente.


Pablo Ruiz Picasso, nasceu em Málaga, Espanha, em 1881, e seu talento artístico aflorou desde a mais tenra idade. Tendo chegado a Paris no final do sec.XIX, sua genialidade foi logo descoberta por marchands como Ambroise Vollard e principalmente Daniel Kahnweiler, o que por si já poderia explicar parte de seu grande sucesso. A verdade é que Picasso produziu intensamente por praticamente oito décadas, com uma criatividade à flor da pele e sendo o nome de vanguarda que participou da introdução de novas linguagens plásticas no começo do sec.XX, como o cubismo, o expressionismo e o surrealismo, trabalhando de maneira única nos mais variados suportes e técnicas, superando sempre as expectativas do mercado e da crítica, com um temperamento forte, carregando contrastes que levavam as pessoas a admirá-lo e a odiá-lo com a mesma intensidade. Que pudessem lá dizer suas várias mulheres, muitas das quais levou da paixão à quase loucura. Talvez tudo isso devido a um gênio indomável e insaciável, o qual ele mesmo Picasso, não conseguia explicar. Ele possuiu todas as características de um artista genial: uma criatividade aparentemente inesgotável, uma habilidade e domínio da técnica do desenho e da pintura inerente aos grandes mestres e um enorme fôlego e disponibilidade para o trabalho.

Da minha parte, costumo analisar a obra de um artista pela estrutura do seu trabalho. O resultado do estudo da obra de Picasso é simplesmente fantástico, principalmente se nos atermos aos seus mais de cento e setenta cadernos de desenhos e anotações. Desde o final do sec.XIX que Picasso estudava criteriosamente suas obras, a custa de muitos esboços e desenhos preliminares, que mostram que o artista dominava por completo todo o processo produtivo. Nos seus cadernos de desenhos caminham juntos habilidade, sensibilidade e criatividade, sendo eles na verdade o verdadeiro Picasso. Ele mesmo dizia que sua pintura era mais forte do que ele, o pintor, sendo que muitas vezes, segundo suas palavras, colocava sobre a tela o que ela, a pintura, desejava.

Picasso desenhou, pintou, gravou, esculpiu e executou cerâmicas das mais variadas formas. Sua obra é imensa e ainda parece inesgotável. A cada vez que a estudamos, algo novo aparece, um novo detalhe, um novo relacionamento, uma nova técnica ou mesmo forma de ver o mundo. Quando falamos em Picasso, parece que a vida dele continua.

Se analisarmos, por exemplo, o quadro acima, Família de Saltimbancos, executado em 1905, em pleno período rosa, transição entre a primeira fase do pintor, a fase de juventude também denominada fase azul e a fase cubista/abstrata, percebemos o nível de elaboração que Picasso buscou. Estudos de raios-X realizados na década de 80, mostraram que este quadro passou por três fases de execução distintas, até que o artista chegasse naquilo que considerou o ideal. Foram inúmeros os desenhos e esboços para este quadro, sendo que até gravuras em ponta seca com as posições dos personagens foram realizadas. É uma obra de grandes dimensões e que deve ter custado muito caro a Picasso realizá-la, mesmo no período da vida em que passou por grandes dificuldades financeiras. Mas o gênio e o seu temperamento inquieto, não permitiram que ele sossegasse enquanto não atingisse o ideal por ele, de alguma forma, imaginado. Perceba que os personagens não se entreolham, parecem que estão isolados no mundo. Talvez fosse como ele Picasso, se sentia na época.
Já na obra acima, Les Demoiselles d'Avignon, de 1907, o seu caderno de desenho de no. 42, mostra que Picasso estudou não só a estrutura da obra mas também cada personagem detalhadamente e sem dúvida à exaustão, se é que ele se cansava do que fazia. Ele sabia e sentia que pela vanguarda que a obra representaria, algo geométrica, algo já cubista, e sem dúvida exótica, deveria realizá-la com o máximo de esmero. Essa talvez seja a obra de Picasso mais conhecida no mundo, ao lado obviamente de Guernica.

Por último, acho que vale a pena comentar sobre a obra acima, O Rapto das Sabinas, a qual Picasso executou mediante um convite do pintor Edouard Pignon, para participar do Salão de Maio de Paris de 1963. Inspirado nas obras de Poussin e David, Picasso realizou inúmeros desenhos, esboços, telas preliminares, estudos e mais estudos para que conseguisse a síntese do que imaginava e sentia: completo horror e aversão à guerra e a quaisquer outras formas de violência contra a humanidade que tanto o deprimiram e aborreceram ao longo de sua vida. Abaixo, vemos a versão imediatamente anterior ao quadro final, que nos permite perceber um pouco a evolução do trabalho, com vistas a obter aquilo que ele considerava o ideal.



Como havia dito antes, estas poucas linhas servem apenas para que o leitor pense, reflita e busque novas informações sobre Picasso, de forma a obter um juízo sobre sua obra, sua genialidade e seu legado. Ele influenciou toda uma geração de artistas ao redor do mundo, entre suas várias formas de expressão criou um estilo inconfundível e uma obra tão vasta cujo estudo ainda está longe de chegar ao fim. Difícil é também encontrar alguém que não gostaria de ter uma obra sua, mesmo a mais simples que fosse, pendurada em sua parede. Por mais incrível que possa parecer, Picasso ainda vive.

Leilão de Abril de Soraia Cals e Evandro Carneiro

Vai começar a temporada dos melhores leilões de arte do Brasil. Nos próximos dias 28 e 29 de Abril, no Atlantic Business Center do Rio de Janeiro, ocorrerá o leilão de arte de Soraia Cals e Evandro Carneiro, dois dos principais promotores de eventos de arte no Brasil, famosos inclusive pelos belíssimos livros/catálogos que editam. Soraia e Evandro são reconhecidamente exigentes na seleção das peças e, a exemplo do que está ocorrendo lá fora, onde qualidade se sobrepõe à quantidade, o próximo leilão tem tudo para ser dos melhores. A obra mostrada na capa do convite, reproduzido abaixo, já dá uma mostra. Trata-se de um Milton Dacosta, Figura, da década de 50, fase áurea do artista, reproduzido em livro e tudo o mais, que deve aguçar o apetite de muitos colecionadores.


Outra sensação do leilão será o óleo de Cândido Portinari reproduzido abaixo, Família, datado de 1939, que já foi exposto no exterior e está reproduzido no catálogo raisonné do artista. É uma peça que vai fazer brilhar os olhos de muitos amantes da boa pintura, principalmente por não ser muito fácil de se encontrar obra de Portinari desta fase e desta qualidade hoje em dia no mercado.


Além dessas grandes oportunidades, o leilão está recheado de obras dos maiores nomes das artes plásticas do Brasil, desde acadêmicos e modernos aos contemporâneos. Para maiores informações, o interessado em participar do leilão poderá fazer contato pelos endereços eletrônicos contato@soraiacals.com.br e contato@evandrocarneiroleiloes.com . Não devemos esquecer que arte de primeira linha é resseguro de crise. Com isso, neste próximo leilão, teremos obras importantes e que serão sem dúvida, além de deleite para os olhos e elevação para o espírito, um grande investimento. Vale a pena conferir e participar.

domingo, 12 de abril de 2009

Sotheby's New York - Arte Impressionista e moderna II

Com relação aos leilões da Sotheby's de Nova York do próximo mês de maio, seria interessante fazer também algumas observações sobre a venda do dia 6, a chamada "Day Sale", que abrange, por assim dizer, as obras "mais acessíveis". Em grande parte são obras executadas sobre papel ou pequenos óleos e esculturas de menor expressão, executados por mestres da envergadura de Pablo Picasso, Renoir, Caillebote, André Lhote, Marquet, Vuillard e Matisse entre muitos outros. A peça de maior estimativa é o óleo "Le téléphone II", reproduzido abaixo, de Tamara de Lempicka, artista polonesa pertencente à Escola de Paris, que estudou com Leger e Lhote, com valor estimado entre US$ 800 - 1.200 mil.


Outra peça interessante é a paisagem de Henri Matisse, entitulada "Le Rivage - Étretat", reproduzida abaixo, pintada em 1920, um tanto distante do fauvismo que marcou a fase mais famosa do artista mas que transpira um modernismo que lembra algo de Marquet, seu colega de movimento, e que vai a pregão com estimativa entre US$ 500 - 700 mil.

A comparação com Albert Marquet pode ser feita pela obra também reproduzida abaixo, "SORTIE DE LA PORTE DE CHAUME (LES SABLES-D'OLONNE)", de autoria do mestre de Bordeaux, que vai a leilão logo em seguida no mesmo dia, mas com uma estimativa bem abaixo da paisagem de Matisse, de "apenas" US$ 80 - 120 mil.

O que nitidamente se percebe é que mesmo no núcleo de obras mais baratas, o rigor na seleção com preferência por obras de maior qualidade é a ordem do dia. É provável que começaremos a ver de novo circular no mercado obras que estão "sumidas" há um bom tempo. Bom para os colecionadores e bom para todos que gostam de admirar a boa arte. E essa tendência deve chegar, com certo atraso, ao Brasil também. É esperar para ver.