Virgílio Lopes Rodrigues - Canoa em Copacabana osm 27x41cm |
Virgílio Lopes Rodrigues foi um pintor de paisagens e marinhas nascido em Recife em 1863, que, por suas próprias palavras, se considerava amador. Transferindo-se para o Rio de Janeiro no final do sec. XIX, foi comerciante de arte e de artigos para pintura e com isso travou conhecimento e amizade com muitos pintores do final do sec.XIX e da primeira metade do sec.XX como por exemplo Santa-Olalla, de quem recebeu orientações e o incentivo para que ingressasse como aluno no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Mesmo mantendo a pintura em segundo plano em suas atividades, começa a expor em 1897, tendo participado de inúmeras exposições vindo inclusive a receber a Grande Medalha de Prata na Exposição Geral de 1930. Sem dúvida um reconhecimento pela sua tenacidade e perseverança. Faleceu no Rio de Janeiro em 1944, deixando uma produção razoável de pinturas, geralmente executadas em suportes alternativos como pedaços de madeira e tampas de caixa de charutos.
Atualmente, as obras de Lopes Rodrigues são relativamente bem disputadas no mercado, principalmente as marinhas, pois contém em sua maioria a reprodução da iconografia dos recantos cariocas, numa paleta agradável e madura, onde os contornos das canoas se dissolvem em jogos de luz e sombra que refletem o calor e beleza das praias da cidade maravilhosa. Acima, reproduzo uma das obras de Lopes Rodrigues do acervo, reproduzindo uma canoa na praia, iconografia predileta do pintor. É sempre bom ficar de olho quando uma dessas aparecer nos leilões por aí.
2 comentários:
Boa noite! Se possível, suas considerações, por favor: imaginemos uma gravura de um renomado colorista brasileiro vivo. O fato de ela ter sido adquirida em leilão on line, por si só, confere-lhe redução relevante de valor em uma eventual revenda futura? Mudando de cenário, existe real expectativa de valorização de seus OST's após sua morte?
Acredito que a aquisição em leilão on line, uma vez que a procedência seja boa, em nada denigre o valor da obra de arte, seja de qual tipo for. Geralmente, quando o artista adquire renome em vida, após sua morte, como cessa a produção e uma vez mantida a demanda, a tendência é sempre dos preços subirem e a valorização da obra como um todo. Claro que para isso seria necessário um consenso de mercado e reconhecimento da qualidade do artista pelos agentes que nele operam. Às vezes temos artistas de mediana qualidade e que o relativo sucesso que alcançam é mais fruto de mídia do que realmente reconhecimento do trabalho. Após a morte desses, uma vez depurada a qualidade e importância da obra como um todo, os preço não se alteram ou muitas vezes caem. Outros cenários apresentam artistas geniais, muitas vezes desprezados pela crítica, cuja vida foi duríssima mas de intenso trabalho e amor à arte que produziram, e que o reconhecimento só virá tardiamente posterior à morte. A bem da verdade, o importante é analisar a densidade do trabalho realizado pelo artista, seja tecnicamente, seja pela temática ou pelo conteúdo intelectual e medir a genialidade. Quanto melhor a impressão que ficar, maior será o valor no futuro, sem esquecer do imponderável tempo que isso pode levar.
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