terça-feira, 7 de abril de 2009

Giovanni Battista Castagneto

Giambattista, João Batista ou Giovanni Battista Castagneto, nasceu em Gênova, cidade portuária da Itália em 27 de Novembro de 1851, e chegou ao Brasil em 1874 junto com o pai, Lorenzo, em 1874. O jovem Castagneto trazia o mar no sangue. Filho de marinheiro, nascido nos arredores de um dos principais portos da Itália, de onde sairam a maior parte dos imigrantes italianos que aqui aportaram, é perfeitamente compreensível que quando chegou ao Rio de Janeiro, enebriado pela exuberante paisagem marítima daquela que era uma das mais bonitas baías do mundo, quisesse retratá-la da melhor maneira possível.

Dessa forma em 1877 matriculou-se na Academia Imperial de Belas Artes, onde além de gozar da amizade de diversos artistas da época como Antonio Parreiras e Garcia Y Vásquez, teve a oportunidade de estudar com nomes da envergadura de Zeferino da Costa, Vitor Meireles e Georg Grimm. Começa a expor em 1879 na Academia, sendo seu talento premiado desde então, nas variadas modalidades como pintura histórica e principalmente nas paisagens. Em 1882 passa a lecionar desenho elementar no Liceu de Artes e Ofícios, levado por Vitor Meireles que lá organizara um curso profissional. Expôs constantemente no Rio de Janeiro até 1890, quando embarca para a Europa, com o objetivo de aprimorar sua pintura. Pinta principalmente na França, de onde retorna em 1893 com uma série de quadros magníficos, de um vigor e coloridos excepcionais. A obra reproduzida abaixo, O Forte de Toulon, é um exemplo desta fase.



fonte da imagem: Bolsa de Arte do Rio de Janeiro

Castagneto possuía uma personalidade forte, de muitos contrastes, e sua pintura foi uma testemunha disso. Sua pincelada sempre precisa e segura, alternou pelo nervosismo e pela calma, pela rudeza e pela suavidade. De qualquer forma, suas marinhas passaram a ser admiradas e disputadas pelos colecionadores, tendo inclusive exposto algumas vezes em São Paulo, onde obteve sucesso de público e crítica, sempre vendendo a maioria das obras oferecidas. Em 1898, já enfraquecido por doença, passou a morar em Paquetá, no Rio de Janeiro, onde produziu uma vasta série de marinhas, na maior parte em pequenos pedaços de madeira, os quais entendemos eram seus suportes preferidos, principalmente pelo baixo custo. Em 1900, com o agravamento de sua doença, principalmente pelo alcoolismo, vem a falecer em uma casa de saúde do Rio de Janeiro a 29 de Dezembro, praticamente esquecido. Ao final de sua vida, em 1900, Castagneto profetizava a seu amigo Artur Azevedo que seus quadros " serão pagos a peso de ouro quando dentro do Brasil comercial e político, surgir, daqui a muitos anos, o Brasil artístico." E não foi diferente.

O crítico e historiador de arte Carlos Roberto Maciel Levy, está preparando um banco de dados sobre Castagneto, com vistas à catalogação da extensa obra do artista.

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