sábado, 28 de maio de 2011

Jacques Douchez - Uma breve mas justa homenagem

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The post below is about the french born painter Jacques Douchez, who lives in Brazil since 1947, and dedicated his career to abstract works, mainly tapestry, where he explored the volume, on very beautiful works, exhibited all around the world, in an gourgeous abstract language, which made him one of the most famous contemporary brazilian artists.


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Há alguns dias, me senti atraído a adquirir um guache de um artista que considero excepcional: Jacques Douchez. Era uma obra daquelas que chamo "gostosa". Na minha interpretação da obra do artista, via dois peixes estilizados em formas geométricas, num colorido suave, quase frio, em tons de azul, verde e lilazes, que me fazia sentir tranquilo, calmo, exatamente o que muitos dizem que sentem quando vêem peixes em um aquário. Essa extraordinária capacidade de transmitir por uma obra de arte tais sensações é atributo inerente aos grandes mestres, denominação que veste de forma elegante este renomado artista. Não consegui comprar o guache mas minha admiração por Douchez só aumentou.

Jacques Douchez nasceu em Mâcon, França, no ano de 1921, e chega aos seus 90 anos com uma extensa obra onde prevalecem as gravuras, pinturas e principalmente as tapeçarias, como a reproduzida acima, arte na qual se especializou a partir de 1957, após ter participado do Atelier de Abstração de Sanson Flexor, tendo inclusive à época formado com Norberto Nicola o atelier Douchez-Nicola, no qual a tridimensionalidade da tapeçaria começou a ser explorada gradativamente, ao ponto de chegarem a ser consideradas "esculturas tecidas".




Participou de várias Bienais de São Paulo, sendo sua primeira exibição nesta mostra em 1953, na II Bienal, onde exibiu pinturas. Exibiu seus trabalhos, principalmente suas tapeçarias, em várias mostras individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Em 1990, após longo período de concentração na arte da tapeçaria, volta a pintar, sempre de forma abstrata, reproduzindo alguns projetos antigos de suas formas tecidas.




Jacques Douchez chega aos 90 anos merecendo de todos os agentes do mercado de artes o reconhecimento, o respeito e a admiração por um trabalho coerente, consistente e acima de tudo de uma qualidade estética extraordinária, o que faz desse grande artista, por mais que nascido na França, um grande nome da arte abstrata brasileira.

sábado, 2 de abril de 2011

Painel de Di Cavalcanti sofre ato de vandalismo

O painel de Di Cavalcanti denominado " Imprensa", que pertencia ao antigo Hotel Jaraguá, no centro da cidade de São Paulo, foi cruelmente "ferido" por um vândalo, que aparentemente se denomina "Exorcista". Este infeliz deveria é então exorcizar a si próprio, pois só um demônio seria capaz de danificar uma obra importante de um dos maiores artistas brasileiros e da humanidade. E esse demônio tem nomes: falta de educação, falta de respeito, ignorância, desprezo pelo patrimônio público e privado entre outros. E o pior é que esta "besta" encarnada deve ter se divertido com isso, pondo seu apelido junto à assinatura de um dos mais célebres pintores que o mundo já produziu. Só podemos lamentar, quando não chorarmos de tristeza e desconsolo por termos um povo que desconhece totalmente a sua história. Isso talvez seja fruto de BBBs e outros achincalhes ao bom senso que existem disseminados pela mídia brasileira aliados a um total descaso das autoridades políticas brasileiras quanto ao nível de educação da nossa população.
A pichação no painel de Di Cavalcanti.

Este painel foi executado por Di Cavalcanti na década de 50 pelo processo de mosaico em pastilhas de vidro, o mesmo utilizado pelo artista em outros trabalhos da época, como a fachada do Teatro Cultura Artística de São Paulo, outro monumento maravilhoso, que esperamos seja sempre bem preservado. Abaixo, seguem duas imagens mais antigas do painel, assinatura e visão geral, antes do "atentado" . Percebemos que antes havia um espelho d'água, que de certa forma protegia o mosaico.
Esta é a assinatura do trabalho



Foto antiga do mural. Percebemos o espelho d'água que o protegia

crédito das imagens: Renato Wandeck e UOL/Folha


Que o ocorrido, além de trazer tristeza e lamentação, abra os olhos de nossos homens públicos, principalmente aos ligados à arte e cultura, para a necessidade de cuidado e preservação de verdadeiros tesouros que se encontram espalhados por muitas cidades do nosso país.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Leilão de Dezembro da Bolsa de Arte

No próximo dia 7 de Dezembro, ocorrerá em São Paulo, a primeira noite do último leilão do ano da Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, contemplando a venda de obras de artistas acadêmicos, modernos e contemporâneos. Com uma seleção de muito bom gosto, serão oferecidas obras para todos os tipos de "apetite". Entre os artistas do sec.XIX, destaque para a obra de Castagneto "Barcos no Arsenal de Guerra do Império", um óleo s/ tela de 40x91cm, cuja estimativa está entre R$ 160.000 e R$ 220.000. Entre os modernos, saltam aos olhos as obras de Portinari, Guignard e Di Cavalcanti entre outras.
A estrela da noite é o tríptico "Sol sobre Paisagem" de Antonio Bandeira reproduzido abaixo, cuja estimativa está entre R$ 3,5 e 4,0 milhões. Se for vendido, e esperamos que seja, será com certeza um recorde para o artista.


fonte: Bolsa de Arte do Rio de Janeiro

O leilão traz boas oportunidades de compra. Uma delas é o pequeno óleo de Di Cavalcanti reproduzido abaixo, "Músicos", um óleo s/ tela de 24x33cm, que apesar de simples é bem característico e que pode se constituir ao futuro comprador, além do prazer da contemplação de uma obra de um dos maiores modernistas brasileiros, um excelente investimento.

fonte: Bolsa de Arte do Rio de Janeiro

Já no dia 9 de Dezembro, a Bolsa de Arte promove o leilão de Design, Fotografia e Arte Contemporânea, com excelentes oportunidades de compra para os amantes desses segmentos. Destaque para os móveis de Sergio Rodrigues e José Zanine Caldas, pinturas de Carlos Vergara, Antonio Dias e Waltercio Caldas, elementos escultóricos de Tunga e Luiz Paulo Baravelli e as fotografias de Otto Stupakoff. Vale a pena conferir.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Leilão de Arte Latinoamericana na Sotheby's

Ocorreu ontem a primeira noite do último leilão de Arte Latinoamericana da Sotheby's Nova York. Como de costume, foram poucas as obras de artistas brasileiros ofertadas. O destaque ficou para a obra "No. 232" de Sergio Camargo, reproduzida acima, que foi arrematada pela nada desprezível importância de US$ 482.500, já com as comissões incluídas

Outra obra de brasileiro vendida foi a tela acima de Di Cavalcanti, sem título, que pertencia ao ex-presidente da General Motors do Brasil, arrematada por US$ 104.500, esta sim, em minha opinião, uma "pechincha".

A estrela da noite acabou sendo a obra de autoria de Wifredo Lam "Les abalochas dansent pour Dhambala, diue de l'unité", que alcançou a soma de US$ 2.154.500, contribuindo para uma venda total no leilão de aproximadamente US$ 14,81 milhões. Nada mal.

Esperemos que arte brasileira conquiste mais espaço no mercado internacional. Qualidade para isso não falta.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

João Quaglia - Da Bahia para o mundo

João Garboggini Quaglia nasceu na Bahia em 1928, mais especificamente em Salvador, e como bom artista soteropolitano, vem desde o final da década de 40 realizando um obra extraordinária, principalmente no desenho, que teve como mestre Ado Malagoli, na pintura e na gravura, obtendo nesta última modalidade, na qual foi aluno de Mario Cravo, grande destaque e evidência em 1965, quando ilustrou o livro "A Morte" de Manuel Bandeira.
Quaglia possui uma qualidade de desenho ímpar e um trato da figura e das cores digna de mestre, daquele que conhece o ofício mas não se ufana por isso. Seus quadros aparecem constantemente em leilões mas não chega a ser dos artistas mais lembrados ou mesmo conhecidos. Sua postura é discreta como suas obras. É artista premiado e viajado. Aperfeiçoou sua pintura no Taller Boj em Madri, Espanha, e tanto conhece o assunto que se tornou professor. O auto-retrato abaixo mostra o refino da obra de Quaglia, tanto no desenho sutil como na paleta equilibrada e madura.




João Quaglia participou ao longo de sua vida de inúmeras exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior, entre elas do Salão Nacional de Arte Moderna e da V Bienal de São Paulo de 1959. É também muralista, tendo executado os murais da Base Aérea de Salvador na Bahia, do edifício Suerdick na mesma cidade e da Embaixada do Brasil em Madri, na Espanha. Seus quadros já se encontram hoje em inúmeras coleções públicas e privadas, incluindo o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, o Museu do Estado da Bahia, o Museu de Arte Moderna de Sergipe e o Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
As telas de Quaglia tem como tema predominante a figura humana, retratada dentro de um expressionismo que adquire aspectos até dramáticos, onde homens, mulheres e crianças dotados de membros que demonstram uma liberdade nada convencional, conversam, trabalham e até se divertem, sempre com um ar de grande discrição. Mais raros são seus casarios, como o reproduzido acima, que também carregam sua marca de excelente desenho e paleta de muito bom gosto.
João Quaglia é sem dúvida um grande artista, um mestre de alto nível, cujo conjunto da obra merece ser cuidadosamente estudado e preservado, para que lhe seja conferido com o tempo, o seu devido valor e lugar na história da arte brasileira. Fica aqui a nossa mais sincera homenagem.

sábado, 19 de junho de 2010

Modigliani na Christie´s Paris - Um recorde

No último dia 14 de Junho, em Paris, o mundo da arte assistiu a mais um recorde quebrado para um artista. Foi para uma obra de Modigliani. A escultura com título " Tête", reproduzida acima, alcançou a astronômica cifra de 43,185 milhões de euros, após uma autêntica guerra de lances presenciais e por telefone, na sede da Christie's em Paris. Modigliani, além da importância dentro do contexto da arte moderna internacional do começo do sec.XX, não produziu muitas esculturas, o que tornou o objeto em questão alvo de muitos colecionadores sedentos. Quinze deles haviam se identificado para dar lances antes do pregão, que começou com uma estimativa de 4,0 milhões de euros. O rali levou mais de dez minutos e ao final, o comprador, que não quis se identificar, arrematou a bela e importante obra, conferindo a ela um novo recorde para Modigliani e para a própria Christie's Paris, que ao contrário de seus escritórios em Londres e Nova York, nunca havia feito uma venda de tal valor. Aparentemente, o mundo da arte mostra que está realmente necessitado de obras raras e boas, o que deve fazer com que muitos trabalhos de vários artistas comecem a ser "redescobertos" e colocados à venda. É esperar para ver.


segunda-feira, 26 de abril de 2010

Leilões da Bolsa de Arte - Abril 2010


Nos próximos dias 29 e 30 de Abril, ocorrerão os leilões da Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, sendo o do dia 30 concentrado em arte contemporânea, fotografia e design.
Com uma bela seleção de obras, o leilão tem tudo para ser um sucesso, mesmo dentro do clima de incertezas que ainda se vive atualmente. Na noite do dia 29, destaque para obras de Portinari, Ianelli, Helio Oiticica, Djanira, Ivan Serpa e Volpi, cuja obra "Cinéticos Mosaicos", reproduzida acima, vai a pregão com estimativa entre R$ 500.000 e R$ 600.000.
Na noite do dia 30, o destaque fica por conta de Cildo Meirelles, cuja obra "This is a canvas, This is a box" de 1996, vai a leilão com estimativa entre R$300.000 e R$ 400.000.
Ambos os leilões serão realizados na Rua Oscar Freire 379, nos Jardins em São Paulo, ao martelo da experiente leiloeira Vivian Perez. Vale a pena conferir.