Se integrando aos poucos à comunidade italiana paulistana, trabalhou no ateliê do escultor Galileo Emendabili e em 1935 participa de exposição no Palácio das Arcadas e no Salão Paulista de Belas Artes. As exposições foram a oportunidade para que o público e a crítica tivessem contato com o excelente trabalho artístico que Pennacchi realizava. Mesmo dentro da pintura figurativa, à qual não abandonou até o fim de sua vida, em contraposição às novas propostas que apareciam à época, ditas de vanguada, suas obras foram aceitas e admiradas com entusiasmo, dignas de opiniões muito favoráveis de críticos como Sérgio Milliet, que inclusive comprou uma das obras expostas. Pela mesma época, conhece Francisco Rebolo, com quem trava uma grande amizade, além de Aldo Bonadei, os quais juntamente com Alfredo Volpi, Mario Zanini e mais alguns formaram o famoso grupo Santa Helena, nome do Edifício que abrigava os ateliês daqueles pintores operários, de origem simples, mas muito identificados com a paisagem e com a realidade da população da São Paulo de então.

As figuras de camponeses, de gente simples em seu labor do dia a dia, além de cenas religiosas de poesia incomparável, passaram a ser as marcas registradas de Pennacchi. O desenho preciso e solto e o tratamento meticuloso dado à paleta, com a utilização de cores que remontam aos afrescos existentes em algumas cidades italianas, renderam ao artista reconhecimento e fama. As encomendas passaram a ser constantes e sua vida se transformou aos poucos. Foi professor do Colégio Dante Aleghieri e mesmo antes dos 40 anos já era considerado um mestre da pintura, o que lhe rendeu o convite para execução dos afrescos da Igreja N.Sra. da Paz em São Paulo.

As obras de Pennacchi passaram então a fazer parte de acervos de museus e de importantes coleções particulares. Executa inúmeros painéis para instituiçoes oficiais, estabelecimentos comerciais e residências particulares, principalmente na técnica do afresco, a qual desenvolveu com incomparável maestria. Participou de inúmeras exposições, individuais e coletivas, no Brasil e no extrerior, inclusive da I Bienal de São Paulo de 1951.
Casou-se posteriormente com uma das herdeiras da família Matarazzo, com quem teve oito filhos e uma vida financeira tranquila, quando não precisou mais vender seus quadros para subsistir. Veio a falecer em 1992, deixando um acervo enorme e um legado de amor ao ofício de pintor e à atividade de artísta múltiplo, uma vez que também gravou, esculpiu e realizou obras em cerâmica de um bom gosto inconfundível.
Sua obra hoje está sendo catalogada pelos filhos Valério e Giovanna, os quais darão sem dúvida o destaque que toda a vida de Fúlvio Pennacchi merece.
Um comentário:
Legal o blog. Pretendo falar sobre Pennacchi em meu projeto de mestrado em história da arte. Se puder me ajudar...
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