
Arcângelo Ianelli em seu ateliê. Fonte: Folha de São Paulo - Cristina C. Branco
Já há muito tempo que Ianelli vinha sendo homenageado pela sua magnífica obra. Inúmeras foram as exposições retrospectivas, com destaque para as que se deram na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2002 e do MAB FAAP em 2004. Nesta última, com o nome "Os Caminhos da Figuração", com curadoria dos filhos do artista Kátia e Rubens, foi mostrada de forma consistente, parte da transição que a obra do artista sofreu ao longo dos anos, caminhando para a abstração. O belíssimo catálogo editado à época é, inclusive, peça indispensável na biblioteca de quem admira o artista.

Arcângelo Ianelli foi além de pintor um desenhista e gravador de primeira. Sua obra contém além de telas e obras em papel algumas colagens e técnicas mistas como a reproduzida acima da dec. de 70, que apresentam resultados surpreendentes apesar da simplicidade de execução. Foi um mestre e seu reconhecimento só tende a aumentar, pois como homem discreto e humilde, nunca fez muita questão de publicidade. A fama veio pela qualidade do trabalho realizado. Um trabalho de artesão, executado com cuidado e amor nos mínimos detalhes.
A curadoria da obra do artista está hoje a cargo de Kátia Ianelli, filha do artista, a quem também nos unimos, e aos demais familiares, neste momento de tristeza pelo passamento deste grande homem e artista que foi Arcângelo Ianelli mas, com a certeza de que lá no céu sua obra continua, pois, como ele mesmo disse: "Não há morte para os que delegam ao objeto da criação o poder da vida". Saudades de Ianelli.
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